“…Modo geral, na literatura as interações mãe/criança são marcadas pelos cuidados, dando-se menor saliência ao contexto de brincadeira, enquanto o pai é, essencialmente, caracterizado como parceiro de brincadeira estimulante, desafiante e de natureza mais física, que suporta a exploração ativa do meio (Grossmann et al, 2002). No contexto português, estudos com famílias nucleares (e.g., Monteiro, Fernandes, Torres, & Santos, 2017;Torres, Veríssimo, Monteiro, Ribeiro, & Santos, 2014), apontam para uma menor participação relativa do pai face à mãe nas atividades de cuidados (e.g., dar banho ou vestir) ou de gestão (e.g., comprar roupas), enquanto nos domínios da brincadeira (e.g., fazer jogos de tabuleiro ou brincadeiras com características mais físicas), lazer (e.g., ida ao parque), ou ensino/disciplina (ensinar competências ou estabelecer regras) parece haver uma participação tendencialmente igualitária. No entanto, outros estudos indicam que as mães se encontram mais envolvidas tantos nos cuidados como na brincadeira (e.g., Fuertes, Faria, Beeghly, & Lopes-dos-Santos, 2016).…”