Farmacoepidemiologia no Brasil: evolução e perspectivas

Abstract

O presente trabalho apresenta o desenvolvimento da farmacoepidemiologia no Brasil. Enfatiza o papel dos programas de educação continuada em farmacologia coordenados pelo professor Carlos Lacaz, autor do primeiro livro brasileiro sobre doenças iatrogênicas. Ressalta o papel do programa de formação em farmácia clínica da Organização Pan-Americana de Saúde, onde vários profissionais brasileiros tiveram o primeiro contato com o Programa de farmacovigilância por Monitorização Intensiva Hospitalar. Refere também às primeiras teses de doutorado sobre medicamentos defendidas na Universidade de São Paulo. Relata a tentativa da Divisão de Medicamentos do Ministério da Saúde do Brasil de se direcionar para a farmacovigilância. Tece considerações sobre a I Oficina de Trabalho sobre medicamentos organizada pelas Secretarias Municipal e Estadual de Saúde de São Paulo. Enfatiza a criação da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos, e sua importância como estimuladora da farmacoepidemiologia. Analisa o impulso do setor dinamizado pela implantação dos Centros de Informações de Medicamentos, no país. Conclui que já existem condições para se incrementar a pesquisa farmacoepidemiológica no Brasil.

Governance and pharmacovigilance in Brazil: a scoping review

“…Support for pharmacovigilance grew in Brazil’s universities, consumer advocacy groups, drug information centers, and health professional associations during the 1990s [22]. State pharmacovigilance centers and drug information centers (Centros de Informação de Medicamentos) were established in São Paulo, Ceará, Paraná and Mato Grosso do Sul during the period between 1989 and 1998 [16, 22–25]. Pharmacovigilance was also the focus of the IV Brazilian Congress on the Surveillance of Drugs (1997), Conference of Brazilian Society of Hospital Pharmacy I and II, and the 1 st Brazilian Seminar on Pharmacoepidemiology [16].…”

"Padrão de consumo de medicamentos em duas áreas da Região Metropolitana de São Paulo, 2001 - 2002"

“…No mesmo período, a criação do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM) do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará, constituiu em outro elemento importante para o desenvolvimento da farmacoepidemiologia no país por sua contribuição na pesquisa e extensão voltadas ao uso racional dos medicamentos (CASTRO 1997(CASTRO , 1999, e para a implantação do Programa de Assistência Farmacêutica do Estado do Ceará, que é reconhecido pela Organização Pan-Americana de Saúde como modelo de sucesso (CARLOS 1997).…”

“…Na década de 1990, com a implantação de Centros de Informação de Medicamentos (CIM), surgiram grupos multiprofissionais interessados nos estudos farmacoepidemiológicos em diversas regiões do país (CASTRO 1997(CASTRO , 1999…”

Análise da prescrição de medicamentos dos cirurgiões-dentistas que atuam nas unidades de saúde de Campo Grande, MS, 2000

“…No entanto, a utilização de medicamentos sem a prescrição médica ou odontológica, por indicações de amigos, familiares, ou na própria farmácia, tem sido alvo de investigações, visto que há uma tendência crescente para a automedicação (SIMÕES e col. 1986, CEME 1989, COSTA e col. 1992, LÓPEZ 1996, SOUSA 1996, FONSECA 1998, JONES 1999. Em Campo Grande (MS), há vários estudos neste sentido, podendo-se citar: SILVA (1998), COSTA (1999), ROSSINI e CASTRO (1999), CASTRO (2000). Pode-se dizer que, uma prescrição adequada por escrito, limita este tipo de consumo (RANALI e ANDRADE 1998).…”

“…De acordo com CASTRO (1999), afarmacoepidemiologia no Brasil está em fase final de consolidação, e através de ações fundamentais de Saúde Pública, como a implantação do Sistema Nacional de Farmacovigilância e a difusão da terapêutica informada, será possível a concretização do uso racional de medicamentos, como prática imprescindível para a saúde e para a qualidade de vida da população.…”