Abstract:O ensaio propõe uma revisão historiográfica do cinema brasileiro a partir dos roteiros não filmados. Seguindo uma análise de roteiros não filmados de Mário Peixoto, Vítor Lima Barreto e Joaquim Pedro de Andrade sugere-se captar estilos, projetos e intenções estéticas que anunciaram aspectos históricos não consolidados nos ciclos cinematográficos compreendidos por esses diretores. Seja no cinema dos anos vinte, no projeto da Vera Cruz ou ainda nas relações entre o Cinema Novo e a Embrafilme, esse conjunto de ro… Show more
“…A esse respeito, ver KOIDE (2016). Em suas pesquisas, Gonçalo dedica-se aos roteiros não filmados, como os escritos por Bertolt Brecht, Mário Peixoto e outros autores do cinema brasileiro(GONÇALO, 2017;2020;2021). Neste dossiê, como será exposto adiante, o artigo de Marcelo Cordeiro de Mello examina um roteiro não filmado de Luiz Sergio Person e Jean-Claude Bernardet.…”
da linguagem audiovisual (JENKINS, 2009), que traria, junto consigo, a expansão dos domínios da escrita para as telas. Por outro lado, observamos que os fundamentos da expansão nos estudos de roteiro têm raízes mais profundas, ligadas à própria reivindicação de autonomia por parte do campo, assim como por parte dos próprios roteiros, cujo valor como "objeto artístico" foi tradicionalmente questionado na academia. Em seu livro de 2009, Steven Maras, professor da University of Western Australia, escreve:Os estudos cinematográficos nem sempre souberam o que fazer com o roteiro. Os estudos de roteiro, por sua vez, podem nutrir uma relação ambivalente com as principais abordagens dentro do campo dos estudos cinematográficos. Parece que falta reconhecimento entre essas duas áreas… o lugar do roteiro e da escrita no processo de produção, o formato do que está sendo escrito não é extensivamente considerado. (MARAS, 2009, nossa tradução).
“…A esse respeito, ver KOIDE (2016). Em suas pesquisas, Gonçalo dedica-se aos roteiros não filmados, como os escritos por Bertolt Brecht, Mário Peixoto e outros autores do cinema brasileiro(GONÇALO, 2017;2020;2021). Neste dossiê, como será exposto adiante, o artigo de Marcelo Cordeiro de Mello examina um roteiro não filmado de Luiz Sergio Person e Jean-Claude Bernardet.…”
da linguagem audiovisual (JENKINS, 2009), que traria, junto consigo, a expansão dos domínios da escrita para as telas. Por outro lado, observamos que os fundamentos da expansão nos estudos de roteiro têm raízes mais profundas, ligadas à própria reivindicação de autonomia por parte do campo, assim como por parte dos próprios roteiros, cujo valor como "objeto artístico" foi tradicionalmente questionado na academia. Em seu livro de 2009, Steven Maras, professor da University of Western Australia, escreve:Os estudos cinematográficos nem sempre souberam o que fazer com o roteiro. Os estudos de roteiro, por sua vez, podem nutrir uma relação ambivalente com as principais abordagens dentro do campo dos estudos cinematográficos. Parece que falta reconhecimento entre essas duas áreas… o lugar do roteiro e da escrita no processo de produção, o formato do que está sendo escrito não é extensivamente considerado. (MARAS, 2009, nossa tradução).
O artigo realiza uma investigação conceitual e metodológica sobre o papel dos roteiros não filmados nos estudos de cinema. Ao se concentrar nas temporalidades retrospectivas e prospectivas dos roteiros não filmados, o ensaio propõe uma arqueologia especulativa como metodologia. Na parte final, há uma proposta de uma tipologia de roteiros não filmados, chamando a atenção para o roteiro blueprint, os argumentos e os roteiros fragmentados; os traços autorais dos roteiros inéditos; e o círculo vicioso dos roteiros que são filmados em um contexto de produção diferente do original.
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