O algodoeiro (Gossypium spp.) é atualmente uma das culturas anuais mais importantes para o Brasil, tanto como "commoditie" quanto pelo seu valor social. Dentre as doenças que acometem os algodoais, a murcha vascular causada por Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum W.C. Snyder & H.N. Hansen destaca-se como uma das mais importantes. O manejo da doença é realizado principalmente pela exclusão, utilizando-se sementes livres do fitopatógeno. Outras táticas importantes são rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes. Em relação ao desenvolvimento de cultivares resistentes, muitas vezes o processo é demorado e características indesejáveis podem ser incorporadas junto com caracteres desejados (Quirino & Bent, 2003). As plantas, ao longo da co-evolução com os microrganismos que incitam enfermidades, desenvolveram mecanismos de defesas, os mais variados possíveis. Tais mecanismos podem existir tanto antes quanto após o contato com o fitopatógeno. Durante esta interação patógeno-hospedeiro, ocorre uma série de eventos bioquímicos que levam a ativação de defesas por parte da planta, resultando na produção de compostos que podem ser tóxicos ao fitopatógeno ou apenas restringir o seu desenvolvimento. A resposta da planta pode ser verificada por mudanças bioquímicas nas células, ocorrendo o acúmulo de proteínas relacionadas à patogênese (PR proteínas) tais como glucanases, peroxidases e quitinases; produção de fitoalexinas e modificações na parede celular como deposição de caloses e lignificação (Wróbel-Kwiatkowska et al., 2004).Uma das estratégias de controle de doenças do algodoeiro é a utilização da indução de resistência, a qual é definida como um fenômeno onde a resistência a um agente patogênico é sistemicamente induzida por uma infecção localizada ou tratamento com produtos microbianos e compostos orgânicos ou inorgânicos de natureza estrutural não relacionada (Kúc, 2001). Em cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentum) suscetíveis a F. oxysporum
RESUMOOs indutores de resistência acibenzolar-S-metil, metil jasmonato e fosfato de potássio (K 2 HPO 4 ), nas concentrações de 0,2 g/L, 0,1 mL/L e 0,1 M, respectivamente, foram testados em plântulas de algodoeiro (cv. BRS Cedro), para o controle de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum. Foram realizadas uma e duas aplicações com todos os indutores em plântulas com e sem inoculação do fitopatógeno. Constatou-se que o menor índice de infecção foi obtido com o uso do metil jasmonato aplicado duas vezes. Amostras de folhas e caule foram avaliadas quantitativamente para as enzimas β-1,3-glucanase, peroxidase e quitinase. As plantas testemunhas sem inoculação apresentaram as maiores atividades das enzimas peroxidase e β-1,3-glucanase no caule. Nas folhas das plantas que receberam os tratamentos com metil jasmonato (uma aplicação com inoculação), a atividade das enzimas peroxidase e quitinase foram as maiores. Nas amostras de caule não houve atividade detectada da enzima quitinase. Palavras-chave: Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum, PR proteínas, eliciadores.
ABSTRAC...