“…Dentre as comportamentais destacam-se: o choro, que pode ser mensurado quanto à frequência, latência e duração(BILGEN et al, 2001); as expressões faciais ou mímica facial através da avaliação da fronte; fenda palpebral; olhos; sulco nasolabial; boca, língua e queixo do recém-nascido(GRUNAU et al, 2005;SANDRIN, 2004); e os movimentos corporais, pois diante de um estímulo doloroso, o recém-nascido apresenta rigidez do tórax e movimentos de flexão e extensão das extremidades, como a retirada de membros que receberam o estímulo doloroso (GUINSBURG; CUENCA, 2010).Cabe-se lembrar de que o choro pode ser considerado como um indicador de dor, porém, deve ser avaliado em conjunto com outros indicadores, uma vez que o mesmo pode ser estimulado por outros fatores, que não os procedimentos dolorosos, assim como a atividade motora(GUINSBURG, 1999).Os indicadores fisiológicos como o aumento da frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e intracraniana, e a queda da saturação de oxigênio também têm sido estudados para a avaliação da dor (GUINSBURG; CUENCA, 2010). Apesar de terem sido menos citados do que os métodos comportamentais nesta investigação, estes também devem ser considerados como indicadores complementares à avaliação da dor neonatal.Observa-se neste estudo que as alterações comportamentais do neonato durante a dor, como a mímica facial, choro e flexão de membros, foram os indicadores mais citados à dor do neonato, uma vez que todos os médicos, a técnica do laboratório, 95,5% das enfermeiras e 73,8% das auxiliares/técnicas de enfermagem concordaram com esta afirmativa; um resultado um pouco mais significante do que as alterações de sinais fisiológicos (frequência cardíaca, respiratória, temperatura, pressão arterial e queda da saturação de oxigênio) que foram um pouco menos citadas entre os profissionais de saúde (91,7% dos médicos, 90,9% das enfermeiras e 73,9% das auxiliares/técnicas de enfermagem); destaca-se também que a técnica do laboratório, não soube responder esta questão.Tais dados corroboram em partes com o estudo deCapellini (2012), que encontrou o choro como o indicador de dor como mais citado por 92,9% dos médicos e 100% das enfermeiras e por 96,8% das auxiliares de enfermagem, como um parâmetro para avaliação da dor neonatal. As expressões ou mímicas faciais foram apontadas como parâmetros de avaliação de dor por 71,4% dos médicos, 75,0% das enfermeiras e 67,7% das auxiliares de enfermagem.…”