2021
DOI: 10.20336/rbs.692
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Existe um autoritarismo brasileiro?

Abstract: Este artigo tem como objetivo oferecer uma interpretação alternativa à tese do autoritarismo brasileiro. Para tanto, apresentamos uma crítica de três obstáculos epistemológicos centrais à noção de singularidade política brasileira: nacionalismo metodológico, idealização da modernidade política e teleologia. Em seguida, oferecemos uma interpretação alternativa para o autoritarismo como fenômeno constitutivo da modernidade política global. Nesse sentido, mobilizamos a teoria social sistêmica e esboçamos um diálo… Show more

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“…O texto alia, de modo muito bem articulado, teoria política, teoria constitucional, pensamento jurídico e político brasileiro, bem como análise institucional que permitem a formulação de uma contribuição teórica original para compreender a tragédia política do Brasil contemporâneo.Através de uma interpretação de caráter dialético, os autores recusam qualquer essencialismo ou singularidade política pré-moderna, e conseguem sustentar de modo convincente a novidade do populismo reacionário no Brasil, através da demarcação de sua globalidade como fenômeno político e as particularidades de sua institucionalização no país.Nesse sentido, a mobilização do conceito de populismo se afasta das interpretações apresentadas no início dessa resenha. Primeiro, ela se distancia das leituras de Schwarcz e DaMatta, para os quais o conceito representaria uma singularidade política nacional(Dutra;Ribeiro, 2021). O conceito também se afasta da caracterização discursiva do populismo, presente em Tamaki e Fuchs (2020), eRicci et al (2021), uma vez que conectam a dimensão discursiva com as ações para depor o Estado de Direito e implantar uma democracia iliberal.Precisamente, a proposição de populismo reacionário confere maior concretude ao conceito para sua distinção com relação a outros formas populismo, à direta e à esquerda, que não se opõem à democracia liberal.…”
unclassified
“…O texto alia, de modo muito bem articulado, teoria política, teoria constitucional, pensamento jurídico e político brasileiro, bem como análise institucional que permitem a formulação de uma contribuição teórica original para compreender a tragédia política do Brasil contemporâneo.Através de uma interpretação de caráter dialético, os autores recusam qualquer essencialismo ou singularidade política pré-moderna, e conseguem sustentar de modo convincente a novidade do populismo reacionário no Brasil, através da demarcação de sua globalidade como fenômeno político e as particularidades de sua institucionalização no país.Nesse sentido, a mobilização do conceito de populismo se afasta das interpretações apresentadas no início dessa resenha. Primeiro, ela se distancia das leituras de Schwarcz e DaMatta, para os quais o conceito representaria uma singularidade política nacional(Dutra;Ribeiro, 2021). O conceito também se afasta da caracterização discursiva do populismo, presente em Tamaki e Fuchs (2020), eRicci et al (2021), uma vez que conectam a dimensão discursiva com as ações para depor o Estado de Direito e implantar uma democracia iliberal.Precisamente, a proposição de populismo reacionário confere maior concretude ao conceito para sua distinção com relação a outros formas populismo, à direta e à esquerda, que não se opõem à democracia liberal.…”
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“…O livro de José Maurício Domingues possui muitos méritos dos pontos de vista teórico e político. O sociólogo realiza uma análise da modernidade política para além de sua caracterização idealizada e restrita às democracias liberais do Atlântico Norte, pois o autor apresenta uma teorização que oferece um diagnóstico bifurcado da modernidade política entre democracia e autocracia (Dutra & Ribeiro, 2021). Domingues nos proporciona, portanto, uma teoria política a partir da periferia e, conjuntamente, a possibilidade de questionarmos os limites de interpretações como a de Jessé Souza, que reporta uma imagem simplificada do sistema político através da defesa da dominação da elite do atraso e do consequente ódio aos pobres (Souza, 2017), que não permite que observemos, por exemplo, que o autoritarismo também é um componente dos partidos de esquerda e que a democratização desses é condição crucial para a possibilidade efetiva de reabertura do horizonte histórico em termos de mudanças sociais e políticas substantivas.…”
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