“…Existe, no âmbito (meta)lexicográfico, um consenso a respeito da importância do exemplo no cumprimento de diversas funções no interior da microestrutura de dicionários de língua, tais como complementar a definição, apresentar contextos sintáticos, introduzir informações culturais ou atestar a ocorrência de uma palavra ou acepção. A relevância do tema é corroborada pelo número considerável de estudos que retomam o problema da exemplificação nos dicionários de língua (cf., por exemplo, MARTIN, 1989;HARRAS, 1989;MINAEVA, 1992;TOOPE, 1996;HUMBLÉ, 1996;1998;GARRIGA ESCRIBANO, 2001;2003;STEIN, 2002;FOURMENT-BERNI CANANI, 2002;HEINZ, 2002;SIMPSON, 2003;BARGALLÓ ESCRIVÁ, 2008;HILES, 2011;ROBLES I SABATER, 2011;DIDAKOWSKI;GEYKEN, 2012;POTGIETER, 2012;JESENŠEK, 2013;FRANKENBERG-GARCÍA, 2015;LIU, 2017;KOSEM, 2017;OSSELTON, 2018;KOSEM et al, 2019;GANTAR et al, 2019;LETTNER, 2020), sem contar o destaque que se costuma conferir ao tema nos manuais de lexicografia (cf., por exemplo, REY-DEBOVE, 1971;DUBOIS, 1971;ZGUSTA, 1971;MERZAGORA, 1987;LANDAU, 2001;KLOTZ, 2003;WELKER, 2004;SVENSÉN, 2009;HERBST, 2016). Não obstante, a maioria dos estudos que abordam a questão da exemplificação em dicionários de língua preocupam-se preponderantemente com o estabelecimento de tipologias baseadas quase sempre na distinção entre exemplo e abonação 1 , ou ainda entre as funções de recepção e produção linguística, sem que -pelo menos até o momento -haja sido desenvolvida uma metodologia 2 que permi...…”