ESTUDOS DA DEFICIÊNCIA: anticapacitismo e emancipação social

Gramáticas do capacitismo: diálogos nas dobras entre deficiência, gênero, infância e adolescência

“…Outrossim, se na lógica capacitista outros grupos sociais podem discursivamente ser lidos como "menos capazes", então o capacitismo como uma lógica estruturante de opressão também opera interseccionalmente 7 , dobrando o duplo capaz/incapaz em outras operações de gramáticas morais: no racismo (que hierarquiza brancos, negros e indígenas), no sexismo (que hierarquiza homens e mulheres), nos comportamentos LGBTfóbicos (homossexuais versus heterossexuais; transgêneros versus cisgêneros; e intersexos versus endosexos) e no adultocentrismo que hierarquiza adultos e crianças e adolescentes, submetendo estes últimos aos primeiros.…”

“…Assim, assumimos o desconforto com as gramáticas de gênero nas flexões singulares e plurais de pronomes, substantivos e adjetivos, que desde o início deste texto aparecem primeiro no feminino, seguida de outras representações separadas por barra (o/e/x). Essa escolha rompe com uma representação que generaliza 7 um masculino de referência. O capacitismo, aqui relido como gramática, implica que as gramáticas de gênero sejam revistadas nas suas flexões, provocando deslocamentos nas experiências de leituras visuais e sonoras de textos, nas dimensões estética, política e ética de cada corpo.…”

Confluências entre deficiência e infância: um ensaio sobre opressões e políticas de cuidado

“…Nesse sentido, a manutenção e o aprimoramento do capitalismo se harmonizam com o capacitismo, sistema estrutural de opressão que hierarquiza e naturaliza as habilidades humanas, sugerindo um afastamento da capacidade em função do impedimento corporal e, assim, produzindo uma leitura das pessoas com deficiência como incapazes tanto de desempenhar os papéis que se espera de uma pessoa sem deficiência quanto de gerir a própria vida (CAMPBELL, 2009;DIAS, 2013;BLOCK;MELLO, 2020;MELLO, 2016MELLO, , 2019TAYLOR, 2017).…”

Grammars of ableism: dialogues in the folds between disability, gender, childhood, and adolescence

“…Furthermore, if in the ableist logic other social groups can be discursively read as "less able", then ableism as a structuring logic of oppression also operates intersectionally 7 , doubling the duality able/disabled in other operations of moral grammars: in racism (which hierarchizes white, black, and indigenous people), in sexism (which hierarchizes men and women), in LGBTphobic behaviors (homosexual versus heterosexual; transgender versus cisgender; and intersex versus endosex), and in adultcentrism (which hierarchizes adults versus children and adolescents, subjecting the latter to the former).…”