Com o objetivo de explorar as terminologias, práticas e atitudes que permeiam a inclusão de estudantes neurodivergentes e que se mostram no vocabulário do professor de matemática, este artigo apresenta um estudo que respondeu à seguinte pergunta de pesquisa: quais são os pressupostos que podemos identificar no vocabulário de professores de matemática no que se refere à temática do autismo? Os dados produzidos no estudo se constituíram a partir de registros feitos por oito professores de matemática de duas escolas públicas da cidade de São Paulo respondendo um questionário on-line. A análise assume os princípios da neurodiversidade como um referencial teórico, e identifica três pressupostos no vocabulário dos professores participantes: (1) o reconhecimento das necessidades oriundas da neurodivergência como um critério para a validação da prática docente, sendo fundamental a busca de adequações, adaptações e apoio pedagógico que complemente o processo de inclusão escolar; (2) a introdução de terminologias oriundas do movimento da neurodiversidade; e (3) a explicação médica alinhada com as definições e descritores relacionados em manuais da área da saúde. Conclui-se que a neurodiversidade se mostra como um movimento com potencialidades para provocar mudanças no cenário educacional, principalmente por provocar o pensar de maneira sociológica e crítica, bases nas quais esse movimento se origina.