Estudo sorológico da brucelose e leptospirose em equídeos da ilha de Maiandeua (Algodoal) no Estado do Pará

Abstract

ResumoO objetivo do estudo foi avaliar o perfil soroepidemiológico da brucelose e leptospirose em equídeos de tração da ilha de Maiandeua, estado do Pará. Em dois períodos distintos, foram colhidas amostras sanguíneas de 52 animais, de ambos os sexos e diferentes idades (2 a 17 anos), totalizando 104 amostras. Para a pesquisa de anticorpo anti-Brucella lisa foi utilizado o teste de soroaglutinação rápida em placa. Na primeira colheita, nenhum animal foi reagente, entretanto na segunda colheita houve três animais sororeagentes. A pesquisa de anticorpos anti-Leptospira spp. foi efetuada com o emprego da técnica de soroaglutinação microscópica (SAM), na primeira colheita houve 23,07% animais reagentes e 15,38% na segunda colheita, para um ou mais sorovares de Leptospira spp. com títulos variando de 100 a 200. O sorovar predominante na primeira e segunda colheita foi o Autumnalis com 40% e 37,5% respectivamente. De acordo com a idade, observou-se no grupo 1 (2 a 7 anos) 27,78% e 13,89% nas duas colheitas respectivamente e no grupo 2 (> 7 anos) encontrou-se 12,50% e 18,75% de sororeagentes. Os resultados observados no presente estudo demonstraram que na ilha de Maiandeua, estado do Pará, existe a presença de infecção por Leptospira spp, com o sorovar Autumnalis, o mais frequente, e possível exposição dos animais a Brucela lisa, sugerindo risco baixo de infecção na população de equinos examinada. Palavras-chave: Brucelose, leptospirose, equídeos, ilha de Maiandeua, Algodoal

Pesquisa de anticorpo anti-Leptospira spp. e anti-Brucella spp. em equinos provenientes da Ilha do Marajó, Pará

“…No presente estudo não se observaram equinos reatores para anticorpos de Brucella lisa, resultado semelhante ao obtido por Santos et al (2012) com equinos de tração em áreas rurais do município de Uberlândia, MG, que dos 187 animais avaliados observaram 100% de negatividade. Na literatura, prevalência baixa é relatada para equinos variando entre 1,76 e 6,5% em diferentes estados brasileiros como Rio Grande do Norte, Paraná, Paraíba e Pará (Arruda et al, 2012;Antunes et al, 2013;Dornellles et al, 2013;Pinho et al, 2014).…”

“…Em relação à pesquisa de anticorpos anti-Leptospira spp., a reatividade encontrada no presente estudo está dentro da faixa de frequência encontrada por outros autores, que variaram entre 23,07 e 100% de equinos soro-reagentes para os mais diversificados sorovares (Moraes et al, 2010;Finger et al, 2014;Dias et al, 2015;Pinho et al, 2014;Alves et al, 2016).…”

“…Os sorogrupos mais frequentemente encontrados no presente estudo foram Grippotyphosa, Djasiman, Serjoe, Icterohaemorrhagiae, Shermani e Cynopteri. Nos diferentes estudos em equinos no Brasil, observou-se infecção por vários sorovares de diferentes sorogrupos como Autumnalis, Australis, Butembo, Castellonis, Cynopteri, Copenhageni, Djasiman e Icterohaemorrhagiae (Moraes et al, 2010;Finger et al, 2014;Dias et al, 2015;Pinho et al, 2014;Alves et al, 2016). Esta diferença de sorovares encontrados pode ser justificada pelo fato de que cada estudo utilizou baterias de antígenos vivos diferentes em números e sorovares.…”

“…Quadro 1 -Distribuição e frequência dos resultados em porcentagem encontrados no teste de aglutinação microscópica (MAT) para pesquisa de anticorpos anti-Leptospira spp. comparadas às informações relacionadas aos resultados estratificados das respostas dos proprietários dos equinos Pode-se observar no Quadro 1 que não houve diferença estatística entre a variável sexo (p = 0,173) e faixa etária (p = 0,226), resultados semelhantes ao discutidos por outros autores (Moraes et al, 2010;Dias et al, 2015;Pinho et al, 2014;Alves et al, 2016), sugerindo desta forma que o risco dos animais se infectarem não apresentou correlação entre o sexo ou idade, que poderia interferir no tempo de exposição ao agente e aumentar o risco de infecção.…”

Microbiological, serological and molecular diagnosis of abscess of withers in equine in the State of Pará

“…Conventional serological methods have low sensitivity during early stages of the disease and reduced specificity in areas where the disease is endemic (Asaad & Alqahtani, 2012). In addition, the occurrence of nonspecific reactions, the lack of standardization in the interpretation of results and false positive results in the serological study of equines has been alerted (Brasil, 2006;Pinho et al, 2014;Paim et al, 2015). Thus, the importance of differential microbiological diagnosis in cases of abscesses in the withers and synovitis in equines is evidenced in order to avoid economic losses and risks to public health ( Silva et al, 2018).…”