Estudo radiográfico das alterações da coluna cervical na artrite reumatóide e sua associação com sinais e sintomas da doença

Abstract

As alterações radiográficas da coluna cervical de 81 pacientes em tratamento ambulatorial de artrite reumatóide foram estudadas e correlacionadas com dor a cervical e os sinais neurológicos relacionados com a compressão das estruturas nervosas contidas no canal vertebral. A correlação das alterações radiográficas com a classificação em graus e em estágios da doença preconizados pela ARA (American Rheumatism Association) e classificação da capacidade funcional de Steinbroker foi também realizada. A avaliação radiográfica foi realizada por meio de radiografias em AP, perfil e dinâmicas da coluna cervical. As alterações radiográficas (migração superior do processo odontóide, instabilidade atlanto-axial, instabilidade sub-axial ou erosão do processo odontóide) foram observada em 65 (80,2%) dos pacientes. Foi observado correlação estatisticamente significativa entre a capacidade funcional dos pacientes (classificação de Steibroker) e estágios da doença (ARA ) com as alterações radiográficas da coluna cervical dos pacientes. A presença de alterações radiográficas da coluna cervical dos pacientes com artrite reumatóide não apresentou correlação estatisticamente significativa com a dor ou sinais de compressão nervosa.

Evaluation of the Cervical Spine Among Patients With Rheumatoid Arthritis

“…The prevalence of instability found in our series (62.9%) was within the range reported in the literature 1 , 15 , 17 , 18 , 19 , 20 , 21 , 22 .…”

“…Even with a combined approach, the authors reported that around 6% of the basilar invagination would pass by unnoticed, and they concluded that whenever there was any diagnostic doubt based on simple radiograph examinations, computed tomography or magnetic resonance examinations should be performed. In our study, we chose to use the methods of Redlund-Johnell and Ranawat, and this standard was also used by Souza and Defino (20) . These authors found prevalences of basilar invagination of 11% and 13.5% among their patients, using the criteria of Ranawat and Redlund-Johnell respectively, but they did not comment on the simultaneous findings.…”

Artrodese com Posicionamento Cirúrgico Pouco Difundido como Tratamento de Instabilidade Cervical por Artrite Reumatoide. Relato de Caso

“…A artrite reumatoide (AR) é uma afecção sistêmica que se caracteriza por uma inflamação crônica, devido a um defeito do sistema imunológico em diversas articulações, afetando os constituintes estabilizadores, isto é, ligamentos, ossos e cartilagem articulares, por um tecido sinovial que apresenta uma proliferação patológica e excessiva, e um "pannus" com característica granulomatosa que acaba por promover uma erosão local 3,6,10,11 . Em 17 a 87% dos casos de AR há o acometimento da coluna cervical, especialmente na sua parcela mais superior, provavelmente por apresentar maior mobilidade e quantidade de tecido sinovial.…”

“…Quando o comprometimento chega às articulações cervicais, há um enfraquecimento das estruturas, especialmente na articulação atlantoaxial (AAA), o que resulta em uma instabilidade do segmento vertebral. Consequentemente, aumenta a possibilidade de um deslocamento indevido de uma das vértebras, o que pode cursar com diminuição da capacidade de movimentação do paciente, aumento do risco de lesão da medula espinhal por, por exemplo, um trauma mecânico ou mesmo uma compressão das estruturas adjacentes, como nervos, vasos e a medula espinhal 3,10 . Com isso, as alterações mais comumente presentes são: luxação atlanto-axial (LAA), migração superior do odontoide (MSO) e subluxação subaxial (SSA), estando as duas primeiras presentes na paciente em questão.…”

“…necessária bastante cautela no momento de posicionamento dos parafusos, que devem ser inseridos na vértebra, portanto havendo um espaço bastante reduzindo para que esse parafuso não danifique a artéria ou a medula espinhal. Este quadro ainda é agravado pela penetração da artéria vertebral em direção ao tronco encefálico pelo forame transverso do atlas, havendo variações anatômicas do caminho da artéria que podem comprometer a forma de se colocar os parafusos 10,11 . Entretanto, como já mencionado, inúmeras vezes o diagnóstico só é feito posterior ao aparecimento dos sintomas, que já sugere uma evolução maior da doença e, portanto, torna a cirurgia o tratamento mais apropriado em muitos casos.…”