Estrutura produtiva do Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) e seus impactos nas emissões de dióxido de carbono (CO2)

Abstract

Artigo recebido em 15 de setembro de 2014, versão final aceita em 12 de junho de 2015. RESUMOEstudos recentes indicam que o conjunto dos países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) poderá se tornar, dentro de algumas décadas, a principal força na economia global. Porém, com o crescente poder econômico vem aumentando também o impacto negativo desses países sobre o meio ambiente, sobretudo referente às emissões de dióxido de carbono (CO 2 ) na atmosfera. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é identificar quais são os principais setores causadores de poluição nos países do BRIC, no ano de 2009, relacionando a estrutura produtiva desses países com suas respectivas emissões de CO 2 . Para tanto, utilizou-se como metodologia a matriz insumo-produto, a partir da base de dados extraída da World Input-Output Database (WIOD). Os resultados mostraram que, no caso do Brasil, as atividades que envolvem os setores de transporte apresentaram a maior participação nas emissões. No caso dos outros três países analisados, China, Índia e Rússia, o setor de eletricidade, gás e água foi classificado como o mais poluente, pois apresentou a maior participação nas emissões no período analisado. Embora tenham grande potencial de crescimento, os países do BRIC possuem, em contrapartida, ampla capacidade de gerar poluição.Palavras-chave: estrutura produtiva; emissão de dióxido de carbono; matriz insumo-produto.ABSTRACT Recent studies indicate that the group of emerging countries, BRIC (formed by Brazil, Russia, India and China), might become, in a few decades, the main force in the global economy. However, with the growing economic power, the negative impact of these countries on the environment has also increased, particularly relating to emissions of carbon dioxide (CO 2 ) in the atmosphere. In this sense, the objective of this work is to identify the main sectors causing pollution in the BRIC countries in 2009, linking the productive structure of these countries with their corresponding CO 2 emissions. For this, we used as methodology the input-output matrix, and the database was extracted from the World Input-Output Database -WIOD. The results have shown

Alteração climática

“…No que tange a trabalhos nacionais que utilizaram o método de Insumo-Produto aplicado à geração de gases poluentes por meio da estrutura produtiva é possível citar Machado (2002), Hilgemberg (2005), Oliveira (2011), Souza et al (2015, Pedroso (2016), Zapparoli et al (2018) e França, Sesso Filho e Zapparoli (2018). Machado (2002) analisou o volume de energia e CO2 embutido nos produtos que o Brasil negocia internacionalmente para avaliar o impacto do comércio exterior sobre as emissões e o uso de energias.…”

“…Oliveira (2011) procurou analisar as emissões dos gases do efeito estufa a partir das alterações nas estruturas econômicas do Brasil. Souza et al (2015) examinou a estrutura produtiva dos países que fazem parte do grupo econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) e qual o seu impacto na intensidade da geração CO2. Pedroso (2016) analisou os efeitos econômicos mundiais internos e externos para verificar as variações de emissões dos gases causadores do efeito estufa no mundo.…”

Agriculture Exports Versus Domestic Food Processing: Impacts of an Exports Substitution Policy on Brasilian Economy

“…Figure 1 presents the general interregional input-output matrix. Its main characteristic is the identification of trade (exports and imports) that takes place between regions, that is, the movement of goods destined for intermediate consumption or final demand (SOUZA, 2014).…”

Zona do Euro: estrutura produtiva e emissões de gases do efeito estufa

“…De acordo com o Parlamento Europeu (2017), foram definidas as seguintes metas: geração de 12% do consumo de energia e de 22,1% do consumo de eletricidade a partir de fontes renováveis até 2010, além de propor uma meta obrigatória de 20% para a geração de energia de consumo a partir de fontes de energia renováveis até 2020, uma meta obrigatória de 10% para a utilização de biocombustíveis no consumo de combustíveis para transportes até 2020. Souza, Zapparoli, Sesso Filho et al (2015) identificam que dentre as possíveis causas que fazem os países membros do BRIC ocuparem as primeiras posições no ranking dos países mais poluentes, encontram-se as suas fontes energéticas.…”

“…Sesso Filho et al (2015), indica que quando o efeito de multiplicação se restringe somente à demanda de insumos intermediários, estes são chamados de multiplicadores do tipo I. Porém, quando a demanda das famílias é endogenizada no sistema, levando-se em consideração o efeito induzido, estes multiplicadores recebem a denominação de multiplicadores do tipo II. Assim, para fins desta pesquisa, os multiplicadores estão restritos ao tipo I.As ligações intersetoriais e inter-regionais de determinado sistema econômico são identificadas por meio do estudo das matrizes insumo-produto com o objetivo de analisar a estrutura produtiva dos países membros da Zona do Euro (Alemanha, Áustria, Bélgica, No segundo trimestre de 2008 é registrado a primeira contração do PIB da Zona do Euro desde 1995, sendo que na França o resultado foi decorrente de quedas de 1,5% dos investimentos e de 2% das exportações no período; já na Espanha o consumo das famílias recuou em meio ao colapso do setor de construção no país.…”