Estratégias para operacionalização da logística reversa de medicamentos

Diagnóstico da geração de resíduos sólidos do sistema único de saúde no Vale do Taquari/RS

“…Nos ambientes aquáticos em todo o mundo, conforme tabela 1, já é possível perceber altas taxas de compostos químicos, como no estudo realizado analisando as águas das praias do Guarujá, na cidade de São Paulo -SP, onde foram identificados fármacos com potenciais impactos ao ambiente, alguns com concentrações acima das permitidas. O que chama atenção é que os medicamentos encontrados nas análises são de uso contínuo, como anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, antidepressivos além de anti-inflamatórios e analgésicos (ROVERI et al, 2020) As redes de esgotos podem conter milhares de produtos químicos diferentes que tem potencial para comprometer a qualidade das águas (AURÉLIO, 2015). Dentre esses compostos, na última década, foi percebido um crescente interesse pela indústria farmacêutica e produtos de higiene pessoal, que constituem um grupo de grande número de compostos químicos de diferentes classes terapêuticas, incluindo A diminuição e até mesmo desaparecimento de algumas espécies, consideradas essenciais para seu habitat, pode ser um provável resultado da presença de resíduos de saúde.…”

“…Porém, aproximadamente metade dos entrevistados (49,8%) despreza os rejeites de forma adequada em drogarias/farmácias ou US (Tabela 3). A insuficiência de conhecimento em relação ao tema de resíduos sólidos de saúde fica evidenciada pelos dados apresentados e pode se relacionar ao fato que 61,0% dos participantes deste estudo relataram que nunca foram informados sobre a maneira correta de realizar o descarte de medicamentos vencidos ou em desuso (Tabela 3), o que também foi percebido no estudo de Aurélio (2015) e no de Marques (2018). Em estudo realizado com alunos de cursos de graduação e técnicos situados na região de Paulínia -SP, verificou-se que 98,0% dos entrevistados afirmaram não ter conhecimento de campanhas públicas de descarte de medicamentos nas residências, e, ainda, 92,0% não sabem onde descartar medicamentos vencidos ou em desuso (PINTO et al, 2014).…”

“…Os vencedores foram um grupo de estudantes da Costa Rica, que desenvolveu um blister para embalagens de medicamentos chamado "Ecoblist", produzido com polímeros biodegradáveis à base de mandioca que formam uma lâmina plástica resistente a umidade e calor, alternativa para diminuição de plásticos gerados que representa um problema ambiental e pela ampla utilização de medicamentos pela população (PNUMA, 2020). Programas de descarte, especificamente para resíduos de saúde, foram criados em países como a Suécia no ano de 2001, que realizou um projeto financiado pelo governo chamado Apoteket AB, onde foram coletados 65 a 75% dos medicamentos não utilizados correspondendo a 1100 toneladas/ano, a estratégia de divulgação alcançou o público em geral e farmácias com a entrega de folders como alternativa de informação ao descarte em local adequado, incentivando a logística reversa (AURÉLIO, 2015).…”

“…Em 1993, a França com subsídio das indústrias farmacêuticas para coleta e destinação final dos resíduos, coletou em torno de 77% da quantidade de medicamentos descartados, equivalente a 14.000 toneladas/ano (AURÉLIO, 2015).…”

“…Nos dois primeiros meses de campanha foram descartados 348 kg de resíduos de medicamentos. Em todos os programas brasileiros de descarte a forma de divulgação para a temática foi feita em meios de comunicação como internet, rádio, tv, revistas e jornais, forma esta que abrange diversos tipos de público (AURÉLIO, 2015).…”