Estoque de nutrientes e retenção hídrica da liteira em três ecossistemas florestais da Amazônia oriental brasileira

Abstract

O objetivo do estudo foi avaliar a retenção hídrica, o estoque e os nutrientes da liteira em três ecossistemas de diferente nível sucessional. Os ambientes avaliados foram uma floresta secundária inicial, floresta secundária tardia e floresta primária, foram demarcadas cinco parcelas em cada ecossistema, onde aleatoriamente foram coletadas sete amostras/parcelas em dois períodos, totalizando 35 amostras por ecossistema a cada período. As amostras foram submetidas a análise estatística. Os resultados de retenção hídrica mostraram que no período menos chuvoso, a floresta secundária inicial e primária foram diferentes e maiores que secundária tardia. Já no estoque de liteira, constatou-se diferenças nos dois períodos, com maior quantidade para a floresta primária. Quanto a análise de nutrientes, o maior valor de nitrogênio foi para floresta primária; para o Fósforo foi a floresta secundária tardia, e no potássio não houve diferença entre os ecossistemas. Concluindo-se que os três ecossistemas apresentaram diferença na retenção hídrica; no estoque de liteira e nos valores de nutrientes, evidenciando que o nível sucessional influencia diretamente nestas variáveis.

Estoque e retenção hídrica da serrapilheira acumulada em plantios homogêneos de Mimosa tenuiflora (Willd) Poiret)

“…Vários autores também discutem sobre a influência do grau de decomposição das frações na retenção hídrica, pois a superfície específica é maior em serapilheiras mais decompostas, o resulta no aumento do potencial de retenção da água (Santos et al, 2017;Araújo et al, 2021;Oliveira & Braga, 2021).…”

“…Um trabalho avaliando três ecossistemas florestais com diferentes níveis sucessionais na Amazônia oriental brasileira constatou que a CRH no período chuvoso foi de 258,46%, 255,15% e 228,16%, respectivamente para a floresta inicial, tardia e primária, valores superiores aos encontrados pelos mesmos autores nos mesmos ecossistemas período menos chuvoso, onde a CRH foi de 146,01%, 82,65% e 155,65%, respectivamente (Araújo et al, 2021).…”

“…Segundo a discussão dos mesmos autores, a maior capacidade de retenção hídrica nas florestas, no período chuvoso, pode estar relacionada com o baixo nível de material estocado e a alta decomposição, tendo em vista que a umidade favorece o aumento da fauna decompositora (Araújo et al, 2021).…”

Análise florística e estrutural de uma floresta secundária em duas fases sucessionais no Município de Capitão Poço no Nordeste Paraense

“…O manejo da matéria primária proveniente do pousio garante maior retorno econômico aos agricultores, haja vista que ao fim da rotação, toda madeira proveniente das florestas secundárias é vendida às indústrias florestais. Além de desempenhar grande importância ecológica, nas quais se destacam: conservação dos solos, conservação dos igarapés, conservação da biodiversidade e acumulação de biomassa e de nutrientes (Rios et al, 2001, Maestri et al, 2019, Araújo et al 2021. Se por um lado não há dúvida que a maior parte da Amazônia Oriental ainda está coberta pela vegetação natural, por outro lado não se pode ignorar que parte considerável (30%), sobre tudo no estado do Pará, é constituída por formas secundárias de vegetação (Ferreira & Oliveira, 2001).…”