“…Para entender esse interesse dos fotógrafos brancos por fotografar sujeitos negros, remontamos, decerto, ao dado demográfico de que a capital baiana possui uma maioria esmagadora de pessoas negras. Mas isso se explica também por aquilo que Osmundo Pinho Nesses cenários, a prática fotográfica produzia imagens a serem expostas nos circuitos artístico e museal, mas já tensionavam a iconosfera das imagens de corpos negros feita na perspectiva da folclorização, do turismo, ou mesmo do olhar etnográfico que marcou a fotografia na Bahia, nas décadas anteriores (OLSZEWSKI FILHA, 1989;NEGRO, 2020;SANSONE, 2012). Ficava mais explícito na imagem fotográfica que o negro, muito frequentemente tido como objeto de cultura, ou objeto de ciência, transitava para o sujeito negro, organizado coletivamente tanto em suas práticas culturais, quanto em sua luta política.…”