Estado nutricional e consumo alimentar de usuários de crack de um município do litoral norte do estado do Rio Grande do Sul

Abstract

O objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de usuários de crack submetidos ou não a tratamento para dependência química. Trata-se de um estudo transversal com 40 usuários de crack com idade ≥18 anos. Foram avaliados o peso/estatura para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), o percentual de gordura corporal (%GC), uso de substâncias psicoativas e consumo alimentar. Os participantes eram predominantemente do sexo masculino, poliusuários com mais de cinco anos de consumo de crack e frequência de uso diário em 90% dos casos, com idade média de 32,7±8,1 anos; 62,5% eram eutróficos segundo o IMC; o sobrepeso/obesidade foi associado aos usuários em tratamento e a eutrofia e o baixo peso aos usuários sem tratamento (p=0,013); 32,5% e 42,5% dos usuários apresentavam baixo e alto % GC, respectivamente; o baixo %GC foi associado aos usuários sem tratamento e o alto associado aos usuários em tratamento (p=0,03; teste qui-quadrado). Foi relatado consumo frequente de doces e pouco frequente de vegetais e frutas. O sobrepeso/obesidade e maior % de GC foi observado em indivíduos em tratamento e eutrofia/baixo peso e menor % de GC em usuários sem tratamento. A qualidade da alimentação não parece ser substancialmente diferenciada entre usuários em tratamento ou não. Possíveis alterações quantitativas no consumo alimentar poderiam estar contribuindo para os parâmetros antropométricos diferenciados entre os grupos.

Oficina de educação nutricional para usuários de entorpecentes em tratamento: um relato de experiência

“…As drogas lícitas ou ilícitas se constituem em um problema de saúde pública que assola a humanidade desde os tempos mais remotos (Costa et al, 2016). Apesar de todo o impacto social e de todos os danos a elas associados, seu consumo continua aumentando de forma incontrolável, crescendo assustadoramente e arrebanhando para o seu caminho milhões de jovens principalmente (Oliveira et al, 2005).…”