Especialização de jogadoras de handebol a partir dos discursos de treinadores

Abstract

O objetivo deste trabalho foi analisar o processo de formação de jogadoras de handebol, a partir das opiniões de treinadores em relação às categorias e aos motivos considerados preponderantes para a especialização dessas. Para isso foram entrevistados seis treinadores, cujos depoimentos foram analisados com base no método do Discurso do Sujeito Coletivo. A partir dos discursos dos treinadores e da interlocução com diferentes autores aponta-se que, em uma perspectiva de longo prazo, a especialização das goleiras deve ocorrer preferencialmente na categoria sub-16, ao passo que a especialização das jogadoras de quadra na categoria sub-18. Os resultados indicam uma importante diretriz para a especialização de jogadoras de handebol em longo prazo, com diferentes prerrogativas para as goleiras e para as jogadoras de quadra, porém considerando ambientes de prática variada.

Strategies adopted in the defensive return by handball coaches from teams U-12 to U-18

“…These principles can be guidelines for coaches to systematize the defensive return of their teams. However, the findings revealed that the coaches of the U-18 teams are concerned with promoting an unstructured defensive return, which seems contradictory to the need for high levels of specialization in handball from the U-16 teams 29 . From the insertion of the systematized game in zones, some relevant contents to the defensive return emerge.…”

“…Therefore, coaches on U-12 teams should promote the concept of free play to encourage the resolution of problems that emerge from interactions with their direct opponent, and free play sounds contrary to the idea of early specialization mentioned for these teams 32 . It was also observed that the majority of the coaches of the U-16 and U-18 teams opted for the directed play (Figure 2), probably related to the greater demand for competitive results 14,19,20,29 .…”

“…In Figure 1, it was evident that coaches of U-16 and U-18 teams opt for guidelines regarding individualized behaviors for defensive return. The emphasis on pre-structuring individualized behaviors opposes the expectation of teams in the investment stage, such as U-18 29 , and underestimates the learning possibilities of players at this stage. The begins of the defense return learning process are linked to the concepts of individual defense, providing opportunities for the simplification of the game situations, and continues with the contents linked to the responsibilities of each position in the zone defense 12 .…”

Características técnico-táticas dos goleiros de handebol da categoria sub-16: Opinião de treinadores brasileiros

“…Dessa forma, a categoria sub-16, pautando-se no contexto abordado por Côtè et al (2007), é marcada pela transição entre a etapa de especialização e a de investimento, na qual haverá início do processo de investimento específico em sistematização, com regras explícitas, sem recompensas imediatas e que objetiva a melhoria do desempenho (Côtè et al, 2007;Fraser-Thomas, Côté & Deakin, 2005 Características técnico-táticas: goleiros cadetes de handebol 209 dada modalidade visando à busca por maior rendimento competitivo. Justifica-se a escolha da categoria sub-16 neste estudo pelo fato de ser a categoria sugerida para a especialização do goleiro de handebol (Greco & Benda, 2002;Santos & Menezes, 2015). Considerando o contexto brasileiro esta é uma categoria na qual há jogadores iniciando na prática do handebol (Menezes, 2010), quando a recomendação seria a de preconizar o domínio das habilidades específicas que permitam a melhoria de rendimento específico na modalidade, características da etapa de especialização (Greco & Benda, 2002;Santos & Menezes, 2015).…”

“…Justifica-se a escolha da categoria sub-16 neste estudo pelo fato de ser a categoria sugerida para a especialização do goleiro de handebol (Greco & Benda, 2002;Santos & Menezes, 2015). Considerando o contexto brasileiro esta é uma categoria na qual há jogadores iniciando na prática do handebol (Menezes, 2010), quando a recomendação seria a de preconizar o domínio das habilidades específicas que permitam a melhoria de rendimento específico na modalidade, características da etapa de especialização (Greco & Benda, 2002;Santos & Menezes, 2015).…”