Escravidão e familia escrava na Zona da Mata Mineira oitocentista

Abstract

ResumoO objetivo deste trabalho é estudar as relações familiares e de parentesco dos escravos em Juiz de Fora, região de plantation na Zona da Mata Mineira, no decorrer dos oitocentos.Para tanto, foi feito o intercruzamento de fontes variadas relativas aos mesmos grupos de cativos pertencentes a três famílias abastadas, procurando sempre que possível acompanhar esses escravizados ao longo do tempo. Houve a preocupação de investigar as famílias senhoriais proprietárias desses cativos. Analisamos como se deu a manutenção e/ou a ampliação das posses cativas, se por meio do tráfico e/ou da reprodução natural, fatores que influenciavam a formação das famílias escravas. Da mesma forma, procuramos avançar um pouco mais na compreensão das relações familiares dos cativos e de sua estabilidade, bem como na avaliação da importância da família escrava para os projetos de obtenção da liberdade por meio da alforria.

Em terra de Nossa Senhora do Rosário, Santa Luzia é padroeira: um estudo sobre o mito de fundação da cidade de Carangola (MG)

“…Para entender, a dinâmica social a qual participavam esses sujeitos, a priori, deve-se analisar como ocorreu a consolidação dessas famílias donas de escravos nessa região pósaquisição de sesmarias, para posteriormente compreender como obtiveram esses sujeitos mercantilizados nessa sociedade. Entende-se, assim comoFreire (2014), que uma das estratégias que fortaleceu o estabelecimento dessas elites agrárias nos Sertões do Leste foi a união entre famílias de prestígio, o que possibilitou o aumento da fortuna, redes de reciprocidade e o crescimento do poderio e da reputação política.Os casamentos ocorriam, balizados por duas estratégias: uma voltada para o "viés da união sanguínea, unindo primos de quarto grau preferentemente. Outra, interessada em alianças economicamente vantajosas, unindo filhos de poderosos" (ibidem, p.54).…”