Este artigo apresenta as lacunas conceituais da história e teoria do design brasileiro a partir de uma visão mais alargada, que busca nas relações entre passado e presente os registros de ancestralidade nas obras de Aloisio Magalhães e Raul Cunca. Procuramos observar se após pouco mais de quinhentos anos e de cerca de duzentos anos após a ruptura política entre Brasil e Portugal, ainda poderia haver uma relativa aproximação entre as obras do designer brasileiro Aloisio Magalhães (entre 1975 e 1982), e as obras do designer português Raul Cunca (entre 2012 e 2020). Embora se apresentem em contextos distintos e afastadas do período pré-independentista, seria possível observar paralelismos entre as fases “Dimensão da Cultura” de Aloisio Magalhães e a “Habitar a terra” de Raul Cunca? Seria possível observá-las sob inter-relações de busca de identidade e pertencimento? A análise de similaridades entre as identidades particulares destas obras talvez possa evidenciar uma orientação mais ampla sobre as raízes relativamente comuns do design brasileiro e português.