“…A partir dos anos 1960/70, cientistas e intelectuais da epistemologia feminista, como Sandra Harding e Donna Haraway, e intelectuais do pensamento do feminismo negro, como Patrícia Hill Collins, entre outras, vieram para desmantelar essas prerrogativas, a favor de um fazer científico que seja, nas palavras de Haraway, 'corporificado e localizado' 12, 13 . Esse conceito aponta na direção de que a neutralidade axiológica é uma falácia, pois, historicamente, tem servido para a manutenção de privilégios e narrativas que os homens brancos constroem desde sempre, ou seja, o conhecimento científico sempre foi situado e alicerçado a partir dessas vozes, que, escondidas por detrás da neutralidade, vêm construindo um tipo de conhecimento que contribui para a manutenção dos privilégios daqueles que ocupam os espaços acadêmicos.…”