“…É sintomático como se acirra, nesse nicho de mercado, a busca pela captação de praticantes, com propagandas bem elaboradas, prometendo benefícios diversos, produzindo desejo, mas também dependência (heteronomia). O conceito de saúde, conforme Roble et al (2015), parece servir como coringa aos propósitos dos discursos propagandísticos elaborados por essas instituições comerciais, representando algo sempre muito bom de se obter, mas convenientemente adequado a (Silva & Ferreira, 2018), a ponto de a falta à academia proporcionar, ela mesma, mais desconforto, quando o faltoso fica "com dor na consciência" pelo fato de ter se ausentado (Coelho Filho & Andrade, 2013). Peres (2014) faz a analogia com o trabalho no sistema capitalista para observar que, no âmbito da malhação, os exercícios físicos pressupõem regularidade e constância racionais, e complementa: "As faltas trazem culpa, o que remete às ideias de compromisso, repetição, disciplina" (p. 154).…”