Abstract:Avançar no sentido de maior igualdade de gênero em nossa sociedade requer mudanças profundas no pensar e no agir; implica ampliar as percepções que temos acerca dos lugares, das atividades, das relações sociais e das próprias definições relacionadas a homens e mulheres; implica, portanto, questionar, desestabilizar e redefinir estruturas, valores e concepções que servem como base e pilares da organização social vigente.Nas últimas décadas, vivenciamos no Brasil a crescente atuação das mulheres nas arenas públi… Show more
“…Gonzalez (2014) suggests, for example, that around 90% of Brazilian men and about 94% of Brazilian women agree that Brazil could be still described as a ÔmachistaÕ country.…”
“…Gonzalez (2014) suggests, for example, that around 90% of Brazilian men and about 94% of Brazilian women agree that Brazil could be still described as a ÔmachistaÕ country.…”
“…The prevalence of female visits in both police stations reinforces the norm that the role of caregiver is up to women, built from unequal gender relations related to the structural machismo of our society 32 . It is estimated that three quarters of the global unpaid care work is performed by women.…”
Section: The Invisible Womanmentioning
confidence: 80%
“…However, it can also be understood as one of the ways to endure suffering in environments of reclusion 31 . Such a movement reinforces the stereotypes of the macho structure of our society, where men grow up understanding that caring should be a female concern 32 , leaving this task, be it their own care or the care of others, including men, invariably in the hands of women. What on the one hand reflects better health indicators, on the other hand reflects greater social oppression and a greater burden of activities that are considered inherently responsible 33,34 .…”
O estudo envolveu reclusos provisórios de delegacias de polícia de Curitiba, estado do Paraná, Brasil, uma masculina e outra feminina, com a finalidade de explorar diferenças entre gêneros e auxiliar em estratégias para incluir essa questão na abordagem dessa população na Atenção Básica (AB). Foi um estudo qualitativo baseado em observação participante, com diário de campo e 26 entrevista abertas audiogravadas (13 masculinas e 13 femininas), transcritas e analisadas pela fenomenologia hermenêutica de Ricoeur. O ambiente feminino era mais acolhedor, e a percepção de saúde-doença assumiu um caráter mais restrito ao biológico para os homens, enquanto para as mulheres teve conceitos ampliados. As mulheres sentiam falta da independência para buscar atendimento médico, pois frequentemente iam à Unidade Básica de Saúde (UBS) antes de serem presas, diferentemente dos homens. Ambiente, controle, relações e percepção do processo saúde-doença tiveram diferenças entre os gêneros.
“…As desigualdades de gênero, evidenciadas por práticas como machismo e micromachismo, não são temas recentes (GONZALEZ, 2014). O machismo, compreendido como um sistema de ideias e valores que reforça e legitima o preconceito e as diferenças entre os gêneros, se baseia em uma visão errônea que surgiu com o "naturalismo" e que defende a "pseudonatureza" superior do homem sobre a mulher (WELZER-LONG, 2001;GONZALEZ, 2014).…”
Apresentamos neste ensaio um pequeno conjunto de relatos de caso recolhidos entre um grupo de pesquisadoras do Laborato?rio de Ecologia Humana e Etnobota?nica da Universidade Federal de Santa Catarina. Sa?o casos observados ao longo de 15 anos de experie?ncias de campo e fora dele, em torno do universo da pesquisa cienti?fica, que envolve pessoas como sujeitos/as/es em va?rias facetas do trabalho acade?mico. Relatamos experie?ncias de campo que mostraram os desafios das pesquisadoras e das entrevistadas, e a forc?a e o poder de mulheres na luta e na gesta?o de recursos e cuidado da comunidade, mas que muitas vezes permanecem invisi?veis. Refletimos tambe?m sobre as dificuldades de lidar com situac?o?es de machismo ou micromachismo nas comunidades que trabalhamos. Nossos relatos prove?m de experie?ncias com mulheres comuns e com lideranc?as comunita?rias; agricultoras; indi?genas; pescadoras; quilombolas; mulheres do trabalho do lar e de fora dele. Mulheres de diferentes saberes e fazeres e que diariamente enfrentam uma luta em comum, ser mulher, incluindo tambe?m nossas experie?ncias como mulheres e pesquisadoras na a?rea acade?mica. Entre entrevistas, observac?o?es e aprendizados, proporcionamos narrativas para somar aos questionamentos e reflexo?es de pesquisadoras(es) no campo das etnocie?ncias.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.