Enterococcus spp. resistentes à vancomicina: características clínicas e fatores de risco

Abstract

Enterococcus spp. resistentes à vancomicina (ERV) têm emergido como um patógeno multirresistente relevante e de etiologia potencialmente letal nas infecções associadas à assistência em saúde ao redor do mundo. Este estudo pretende mostrar epidemiologia e características clínicas de pacientes com ERV em um hospital do sul do Brasil. Um estudo retrospectivo foi conduzido no período de janeiro de 2005 a novembro de 2007 no Hospital Universitário de Londrina. Todos os pacientes com cultura clínica com ERV foram identificados e seu prontuário médico revisado. A presença de colonização foi avaliada através de culturas de swab retal e a identificação das amostras clínicas foi realizada pelo método automatizado MicroScan®. A média de idade dos pacientes foi de 54 anos. Trato urinário (68,0%) e corrente sanguínea (23,8%) foram os sítios mais frequentes, e a UTI apresentouse como setor de maior ocorrência (49,2%) das culturas positivas. E. faecium foi a espécie predominante, em 82,8% dos casos. Os fatores de risco observados foram a duração da internação (média de 58,2 dias), uso de antimicrobianos prévios e realização de procedimento invasivos, como o uso de cateter venoso central, sonda vesical e ventilação mecânica. Medidas de controle e culturas de vigilância são imprescindíveis no controle da disseminação do ERV. Os resultados obtidos no presente trabalho contribuem para uma melhor compreensão da dinâmica epidemiológica das infecções e da disseminação do ERV no Hospital Universitário de Londrina.

Estratégias para controle de Infecção Hospitalar causada por Enterococos Vancomicina-Resistentes: uma Revisão Integrativa

“…O desenvolvimento de IRAS por um paciente está relacionado ao tempo de permanência no hospital, condição nutricional, utilização de antibióticos, natureza dos procedimentos e tratamentos realizados, grau de imunossupressão, realização de procedimentos invasivos e uso de cateteres e sondas. 7,12,15 O tempo de internação em unidades de tratamento intensivo (UTI), provavelmente pela maior necessidade de manuseio e cuidados por parte das equipes médicas e de enfermagem, aliado ao imunocomprometimento do paciente, está associado a maiores índices de IRAS. 3 Além da UTI, os outros setores que costumam apresentar maior número de casos de IRAS são os de hemodiálise e oncologia.…”

“…No Brasil, o primeiro registro de infecção por VRE ocorreu em 1996. Atualmente, VRE tem sido considerado endêmico em hospitais brasileiros 3,12 , sendo responsável por surtos hospitalares de grande importância. 12 Puchter et al 5 , em um estudo caso-controle retrospectivo realizado na Alemanha, demonstraram que IRAS relacionadas a VREs elevam os custos hospitalares, principalmente quanto aos medicamentos e às despesas com equipe de enfermagem e produtos médicos.…”

“…Atualmente, VRE tem sido considerado endêmico em hospitais brasileiros 3,12 , sendo responsável por surtos hospitalares de grande importância. 12 Puchter et al 5 , em um estudo caso-controle retrospectivo realizado na Alemanha, demonstraram que IRAS relacionadas a VREs elevam os custos hospitalares, principalmente quanto aos medicamentos e às despesas com equipe de enfermagem e produtos médicos. De acordo com a análise dos autores, os custos para tratamento de pacientes com infecções causadas por VREs são, em média, 13 mil euros superiores quando comparados aos custos com pacientes acometidos por infecções causadas por Enterococcus sensíveis.…”

“…As IRAS por VREs geralmente acometem o trato urinário e sítios estéreis, como o sangue, cuja cultura também apresenta ponta de cateter positiva 12,16,17 , sugerindo origem da infecção por meio da inserção do cateter. Infecção da corrente sanguínea causada por E. faecium resistente à vancomicina foi associada ao aumento do custo total da hospitalização e ao prolongamento da internação.…”

“…7 Pela capacidade de disseminação de bactérias do gênero Enterococcus e pelo seu perfil de endemicidade, se o controle das fontes não for realizado no início e não tiver aplicação constante, as tentativas posteriores para erradicação do problema se tornam quase impossíveis. 12 Estudos nacionais e internacionais revelam que as práticas de higienização adequada aplicadas às mãos, roupas de cama, superfícies e equipamentos, aliadas às precauções de contato entre pacientes, visitas e equipe de enfermagem, com a rotatividade e restrição no uso de antimicrobianos, são ações recomendadas para prevenção ou diminuição da ocorrência de IRAS por VREs. 4,7-9,15 Ainda, o controle das IRAS pode ser otimizado com educação continuada dos profissionais 4 e com a manutenção de comissões e políticas de controle hospitalar.…”