Este artigo tem como objetivo investigar as condições de ofertas ao ensino-aprendizagem dos conteúdos da disciplina Cálculo Diferencial e Integral (CDI), em um curso de licenciatura em Matemática. Analisam-se e descrevem-se as entrevistas realizadas com professores desta disciplina, para entender o seu trabalho pedagógico, quais livros utilizam, a metodologia empregada no ensino-aprendizagem, quais recursos tecnológicos eles dispõem e como estes são adotados. Concentramos a investigação no Teorema Fundamental do Cálculo por entendermos que ele é o aspecto nuclear do CDI, interligando duas operações relevantes da Matemática, a saber: derivadas e integrais, que são utilizadas para resolver e descrever diversos fenômenos científicos. Para análise das respostas dos sujeitos da pesquisa (professores e alunos do curso), utilizaram-se como categorias de análise a formação do conceito teórico e do conceito empírico e a mediação, elementos centrais da teoria histórico-cultural e seus desdobramentos, que permitem avaliar a idoneidade didática da atividade desses professores. Como resultado da análise dos dados obtidos das entrevistas e dos questionários, compreende-se que os fatores que orbitam o ensino-aprendizagem do CDI não são suficientes para evitar o alto índice de evasão e repetência da disciplina; destaca-se a ausência de uma filiação teórica em didática da Matemática dos professores, pouco uso de tecnologias para mediar o ensino-aprendizagem, desarticulação entre bibliografia adotada e as recomendadas no plano de curso, influenciando numa apropriação superficial do aspecto nuclear do conhecimento científico. Como encaminhamento, a gestão escolar deve atuar de modo mais efetivo na formação continuada de professores, de modo a mudar sua perspectiva didática.