“…O adoecimento, mas principalmente a morte deixaram de ser experiências comunitárias, públicas, para se tornarem silenciosas, solitárias, assépticas e tecnicistas, com pouca ou nenhuma possibilidade da expressão da nossa humanidade (Kovács, 2014(Kovács, , 2021Menezes, 2004). A expressão dos sentimentos, desejos, anseios e preocupações dos doentes e de seus familiares, principalmente daqueles em situação de doença ameaçadora da vida, não é permitida na maioria desses contextos (Reckziegel & Steinmetz, 2016;Kovács, 2014;Menezes, 2004). Observa-se que, sob o jugo da ciência cartesiana, comumente se instaura uma surdez e uma cegueira relacional entre esses personagens e a equipe de saúde, polidamente disfarçada pela linguagem e conhecimento técnicos, excesso de afazeres, padronização de condutas e, principalmente, pela arraigada cultura da cura do corpo físico, em que a morte é vista como fracasso ou incompetência técnica (Kovács, 2021;Kellehear, 2016;Menezes, 2004;Elias, 2001).…”