“…Para José Murilo de Carvalho (2005), é inegável a existência de relações de dominação e é relevante ser identificada a natureza desta dominação, para que se possa aferir se esta procede de um movimento centrado na dinâmica do conflito de classes, gerado na sociedade de mercado; ou se ela se fundaria na expansão lenta do poder do Estado, que aos poucos penetra na sociedade e engloba classes, via patrimonialismo, clientelismo, coronelismo, populismo e corporativismo. Essa tendência de voto de protesto teria se mantido, mesmo em face da abertura democrática com o acréscimo de que, além do voto de rejeição ao governo, os eleitores protestariam também "contra o arcaísmo da tradição política brasileira, particularmente as práticas de corrupção, favoritismo e privatismo" (MOISÉS, 1990).…”