A globalização e o acesso facilitado à informação, tem proporcionado o surgimento de um mercado consumidor mais exigente quanto à qualidade superior dos cafés e a sustentabilidade dos sistemas de produção. Esses fatores exigem que a cafeicultura, principalmente de Arábica (Coffea arabica L.), tenha que se reinventar quanto à escolha de genótipos superiores, e o manejo pré colheita e pós colheita. Desta forma, objetivou-se com os trabalhos produzidos nesta tese, estudar o comportamento morfológico, produtivo e o perfil sensorial de genótipos de Coffea arabica em região de altitude de transição. Para atender os objetivos propostos foram realizados dois ensaios experimentais, utilizando genótipos promissores de cafeeiro Arábica, cultivados no distrito de Lagoa Seca, no município de Alegre, sul do estado do Espírito Santo, Brasil. O primeiro experimento propôs caracterizar e selecionar genótipos de cafeeiro Arábica cultivados em diferentes regimes hídricos e em altitude de transição, quanto às características de crescimento e morfologia dos ramos, bem como pela produtividade e qualidade dos grãos. Para tanto foram avaliados dez genótipos de cafeeiro Arábica (Paraíso H 419‐3‐3‐7‐16‐2; Catuaí Vermelho IAC 44; Paraíso MG/H 419‐1; Catucaim 24137; Sacramento MG1; Catuaí Vermelho IAC 144; Catucaí 2‐SL; Oeiras MG‐6851; MGS Turmalina e Paraíso Híbrido) e três regimes hídricos (Irrigado, Sequeiro e Fertirrigado). O experimento foi estabelecido em delineamento em blocos casualizados no esquema de parcela subdivididas. Nesse experimento percebe-se que altas produtividades aliadas a boa qualidades sensoriais do café podem ser alcançadas em cultivos em altitude de transição, desde que, se utilize a combinação correta entre genótipo e o fornecimento de irrigação às plantas de café. Constata-se ainda que, alta qualidade sensorial de café Arábica em altitude de transição pode ser alcançada com maior facilidade quando utiliza-se o genótipo MGS Turmalina no regime irrigado, Sacramento MG1 no regime fertirrigado e Catuaí Vermelho IAC 44 e Paraíso Híbrido em sequeiro. Percebe-se também que existe grande variabilidade fenotípica para as características de morfologia dos ramos e produtividade para os diferentes regimes hídricos e genótipos em estudo. O segundo experimento propôs analisar o perfil sensorial e químico de cafés cultivados em altitude de transição e submetidos a diferentes tempos e temperatura de fermentação pelo método de maceração carbônica. Utilizou-se para atender os objetivos propostos, cafés oriundos do genótipo MGS Turmalina, cultivado no regime irrigado. O experimento foi conduzido em delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 2x4 em parcelas subdivididas, sendo que as parcelas foram compostas por duas temperaturas (30 e 60°C) em BOD’s e as subparcelas compostas por cinco tempos de fermentação, pelo método de maceração carbônica (24, 72, 126 e 162 horas de fermentação). A maceração carbônica potencializa positivamente os atributos sensoriais e químicos de cafés cultivados em altitude de transição, sendo que a fermentação por pelo menos 120 horas a 30°C é capaz de melhorar o perfil sensorial dos cafés. Neste estudo, o tratamento envolvendo 30 °C e 162 h proporcionou pontuação de 84,76 pontos, em contraste com a pontuação de 82,14 promovida pelo menor tempo (24 h) em temperatura (60 °C). Palavras-chave: Variabilidade genética; Maceração carbônica; Manejo hídrico; Irrigação do cafeeiro; Fertirrigação.