RESUMOO A. apresenta nêste artigo os resultados obtidos em uma experiência de corte das folhas do sisal (Agave sisalana Perrine), na qual se procurou comparar os efeitos da combinação de diversas freqüências e severidades de corte sobre o desenvolvimento, produção e longevidade da planta, assim como sôbre as características tecnológicas da fibra. Ficou provado que, com cortes freqüentes e severos, o ciclo de vida das plantas fica bastante prolongado, ao mesmo tempo que a produção de fibras por unidade de área decai sensivelmente, em conseqüência da redução de tamanho das fôlhas e menor conteúdo de fibras nas fôlhas das plantas submetidas a êsse sistema de corte. Os exames de laborató-rio demonstraram que, enquanto as características químicas das fibras não eram afetadas pelos sistemas de corte estudados, as características físicas eram, pelo contrário, sensivelmente afetados pelo corte freqüente e severo.
-INTRODUÇÃONo conjunto dos trabalhos relacionados com a cultura do sisal (Agave sisalana Perrine), o corte das folhas, apesar de ser a operação mais importante do ponto de vista da economia sisaleira, é, provavelmente, a que abarca maior número de falsas idéias. Os plantadores, comumente, referem-se a folhas "imaturas" e "maturas", e asseveram que o teor de fibras continua a aumentar depois que a folha se separa do rebento central e dele se afasta gradativamente até ir ocupar a posição horizontal. Segundo esta concepção, apenas as folhas mais inclinadas em relação ao eixo vertical da planta, e, portanto, aquelas próximas do chão, deveriam ser então destacadas na operação de colheita do sisalal. Se alguns plantadores opinam que somente devem ser cortadas aquelas folhas que, com o decorrer do tempo, exibem no ápice do espinho uma camada cerosa de coloração cinzento-prateada, outros (*) Trabalho a ser apresentado no " 2.° Congresso Panamericano de Agronomia" que se realizará em Piracicaba, na Escola Superior de Agricultura "Luis de Queiroz", em 1954. As análises estatísticas apresentadas nêste trabalho foram executadas pela Secção de. Técnica Experimental e Cálculo, do Instituto Agronômico de Campinas, à qual o A. agradece a colaboração prestada. Recebido para publicação em 12 de novembro de 1953.