No Brasil, o acesso da população negra à educação foi inicialmente proibida, orquestradamente dificultado e moralmente desfavorecido. Após a promulgação de leis que obrigam o ensino da cultura afro-brasileira (Lei Federal nº 10.639/2003) e fornecem uma maior possibilidade de acesso ao Ensino Superior (Lei Federal nº 12.711/2012) e a concursos públicos (Lei Federal nº 12.990/2014), a educação e o acesso a ela de grande parte da população negra no Brasil teve pequenos avanços, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido, principalmente na área STEM. Este trabalho teve como objetivo compreender a cultura negra a partir dos estudantes negros dos cursos de graduação da Escola de Química e Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande, realizando análises quanti (ingresso e performance) e qualitativas (Análise Textual Discursiva de respostas a um questionário semiestruturado). Nossos resultados mostraram que o número de estudantes negros que ingressam nos cursos de graduação da EQA/FURG é bem inferior ao dos não negros. Porém, mesmo compreendendo que a cultura afro-brasileira ainda não é intensamente trabalha nos contextos educacionais, tanto de nível básico quando universitário, os estudantes negros possuem uma performance similar ao dos não negros. Em outras palavras, não falta capacidade, falta é oportunidade!