Educação física, currículo cultural e a educação de jovens e adultos: novas possibilidades

Abstract

For a long time, Physical Education was far from Adult Education. The legislation of this teaching modality and pedagogical pratices that do not consider the singularities of its public produce this situation. Anchored in conceptions of classes as moments of strenuous physical exercises, and therefore would not be suitable for these students, frequency is unnecessary and sometimes even the curricular component. In many cases, when they happen, the classes are treated as mere "activities", leaving aside the pedagogical character and performing practices that would fit in other spaces, such as clubs and academies. Despite the discouraging situation, the topic has aroused the interest of researchers. Although still small, the scientific production on the subject indicates the emergence of another way of understanding Physical Education in the Adult Education. With this purpose, experiences with the so-called cultural curriculum were developed and analyzed in an Integrated Center for Adult Education, in São Paulo. Adopting the method of the descriptive research and cultural analysis as a way of interpreting the experiences, reports and interviews with students, teachers and school administrators and pedagogical documents, it was possible to recognize the power of the cultural Physical Education in the Adult Education, thanks to the dialog with people envolved and with the current social context. The research recognizes different meanings attributed to the curricular component and realizes such polyphony as a result of the current social context, Post-Modernity. The study also identifies some specificities of the cultural curriculum when it is performed in the Youth and Adult Education modality: the establishment of routines in the classes aiming at the better participation of the disabled students and a look at the corporal abilities involved in the themed corporal manifestations bring the balance and the participation of all. It is concluded, therefore, that the cultural curriculum of Physical Education presents itself as a possibility of change to the current scenario of Physical Education in the Adult Education.

Educação física cultural e africanidades: exu, saberes discentes e encruzilhadas

“…Os trabalhos de Santos Júnior (2020), Martins (2019), Oliveira Junior (2017, Araújo e Neira (2014), Neira (2016a) e Neves (2018) também se detiveram sobre o processo de significação dos estudantes, entretanto, fizeram-no de modo amplo, sem atentar especificamente aos efeitos gerados pela tematização de práticas corporais de matriz afro-brasileira, o que singulariza nosso objeto de estudo. A documentação das expressões dos estudantes é um traço característico do currículo cultural de Educação Física, apresentado como elemento que, após análise, possibilita repensar as situações didáticas vindouras, propiciando prosseguimento à tematização da prática corporal, foco dos trabalhos naquele período letivo.…”

Educação física cultural e africanidades: entre decolonialidades, Exu e encruzilhadas

“…Nesse contexto, empreendemos, a partir dele, a análise cultural, uma vez que nossa pesquisa pode ser compreendida para além do pensamento científico, caracterizando-se como uma produção cultural num ambiente específico, parcial, não neutro e agenciado pelo contexto de docência no qual estávamos inseridos. Da mesma forma, apresentam-se pesquisas que caminham pelas mesmas esquinas, por exemplo, as de Flávio Santos Júnior (2020), Hugo Nunes (2018), Marcos Ribeiro das Neves (2018), Jacqueline Martins (2019) e Jorge Oliveira Junior (2017), que recorreram a esse método para realizar suas análises dos materiais produzidos no campo.…”

“…Para a análise dos dados produzidos, nos debruçamos sobre o referencial teórico anunciado, que, por sua vez, fez com que emergissem potências de Exu, anunciadas a partir do entrecruzamento do currículo cultural, dos estudos decoloniais e da pedagogia das encruzilhadas. Diante disso, por fim, apontaram para a confirmação do que apresentam os estudos de Flavio Santos Júnior (2020), Jaqueline Martins (2019), Jorge Oliveira Junior (2017), Letícia Araújo e Marcos , Marcos Neira (2016) e Marcos Ribeiro das Neves (2018), em relação às significações das/os estudantes. Ampliamos, assim, no decorrer dos diálogos que se entrecruzaram na enunciação dos saberes discentes, os princípios ético-políticos, a escrita-currículo da Educação Física, culturalmente orientada, o pensamento de fronteira e a desobediência epistêmica, anunciadas pelos estudos decoloniais, bem como nos cruzos, rolês e ebós epistemológicos da pedagogia das encruzilhadas.…”

“…), relacionadas à compreensão de crianças negras em relação às aulas de Educação Física; de CristinaTrinidad (2011), na Educação Infantil; de Jorge Oliveira Júnior (2017) e Ana GabrielaAndriani (2018), buscando compreender as significações das/os estudantes do Ensino Fundamental; de MarcosNeira (2016), que debruçou seus estudos para uma turma de 9°ano; de Letícia Araújo e Marcos, realizada com uma turma de 8° ano; de Marcos Ribeiro dasNeves (2018), que focou em diferentes turmas na sua pesquisa; e o estudo de JacquelineMartins (2019), que se dedicou a estudar a EJA, apresentam, de certa forma, um panorama geral das significações das/os estudantes nas aulas de Educação Física. ter características estéticas associadas ao grupo de pessoas brancas, sendo que a autora aponta maior recorrência em crianças frutos de relacionamentos inter-raciais.Outro dado, produzido pela pesquisa, indica que, no contexto da instituição pesquisada, a escola e as famílias não consideram o preenchimento do quesito cor/raçapresente no Censo Escolarcomo necessário ou relevante, o que aponta para o desconhecimento da importância de educar as crianças pequenas para reconhecerem a diversidade étnico-racial como algo a ser respeitado e positivamente valorizado.…”

“…Ao confrontar o material com referenciais dos Estudos Culturais, o autor pôde constatar a evidência de que as aulas contribuem para a modificação das representações das/os estudantes em relação ao tema estudado, proporcionando o reconhecimento das identidades das/os envolvidas/os nas práticas corporais tematizadas, bem como a uma compreensão mais ampla dos seus significados. estudo, realizado por JacquelineMartins (2019), sinaliza para a emergência de outra forma de compreensão para a Educação Física na EJA. Com essa perspectiva, a pesquisadora analisou experiências produzidas com base no chamado currículo cultural de Educação Física, em um Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA), localizado no município de São Paulo.…”