Educação e Formação: Inclusão na Escola Pública

Abstract

Resumo: Este texto, resultante de uma pesquisa desenvolvida em uma escola estadual no Rio de Janeiro sobre formação de professores e educação inclusiva, teve por objetivo avaliar os impactos da implementação das políticas públicas de educação especial para a inclusão de alunos com deficiência, considerando a formação de professores e suas práticas docentes. Foram aplicados questionários, entrevistas semiestruturadas e realizadas observações, considerando como categorias de análise a formação e as atitudes docentes que ainda permitem a segregação na escola pública como também a organização da escola, tendo como suporte teórico a Teoria Crítica da Sociedade, com ênfase no pensamento de Adorno, e como sujeitos as professoras atuantes nas salas comuns/inclusivas. Os resultados revelaram tanto a fragilidade na formação docente quanto na superação de atitudes que ainda permitem a segregação na escola pública, observando-se que as professoras, mesmo quando favoráveis à inclusão, demonstram aprisionamento à formação e atuação docente para adaptação social e reprodução de métodos/técnicas de ensino, não se sentindo "aptas a atuar em classes inclusivas", alegando ausência de "preparação anterior", demandando projetos/programas de formação que contemplem o desenvolvimento de sua autonomia e autoria na práxis docente. Palavras-chave: Educação inclusiva; formação de professores; inclusão de alunos com deficiência. Introdução• Este texto tem como tema a educação inclusiva e sua problematização, levando em conta os impactos das políticas públicas de educação especial, a formação de professores e sua atuação em classes inclusivas. Como também a organização da escola pública, no que se refere aos aspectos arquitetônicos, curriculares e pedagógicos. Tendo em vista que a sociedade brasileira discute as possibilidades da educação inclusiva, frente à crescente demanda por participação das minorias historicamente excluídas dos bens culturais e instâncias sociais, algumas questões referentes à educação inclusiva de alunos com deficiência e à formação de professores permeiam este estudo na avaliação dos impactos da implementação das políticas públicas no cotidiano escolar: • Quais desafios à formação de professores na implementação da educação inclusiva na escola pública? • Quais os aspectos e/ou atitudes que ainda permitem a segregação na escola?

Inclusão escolar na pandemia: estereótipos e outras barreiras

“…As escolas e classes especiais fizeram parte da nossa história recente e, de forma menos potencializada, ainda fazem. Costa (2015) retoma a questão das classes especiais ao discorrer sobre como a busca da escola pela homogeneização dos alunos, reforça o preconceito e favorece os estereótipos:…”

Formação De Professores E O Transtorno Do Espectro Autista: Um Estudo De Revisão

“…v. 7, n. 1, e020, jan/abr 2022. Nesse contexto, a inclusão dos estudantes com deficiência e com transtornos globais requer uma formação para além da reprodução de modelos pedagógicos, no sentido de possibilitar o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos por meio da reflexão e autonomia, partindo das atitudes dos professores (COSTA, 2015). Ademais, as deficiências e os transtornos globais não deveriam ser considerados como empecilho à inclusão dos estudantes, mas, para isso, a escola precisa estar organizada com recursos didático-pedagógicos e profissionais da educação para atender às diferenças de aprendizagem dos alunos (COSTA, 2010), além de oferecer uma formação na perspectiva inclusiva (CROCHIK, 2011;MICHELS, 2017;DIAS, 2018).…”

“…Ainda segundo a autora supracitada, a escola precisa acolher as diferenças dos estudantes, tendo condições físicas e profissionais adequadas para o atendimento apropriado. No entanto, as pesquisas apontam que um dos principais desafios para MICHELS, 2017;COSTA, 2010COSTA, , 2015CROCHÍK, 2011).…”

Formação Continuada, Para Quê?

“…Uma das hipóteses para essa interpretação errônea da Educação Especial pode ser o fato do direito à educação e o respeito à cidadania das pessoas com deficiência ser algo, historicamente, recente na sociedade brasileira (DAMASCENO, 2020); apenas a partir da década de 1990 presenciamos um considerável crescimento da legislação internacional que assegurava o acesso e a permanência de todos os estudantes na escola, havendo então o surgimento da preocupação com políticas educacionais mais inclusivas no Brasil. Segundo Costa (2003, 2014, estamos vivenciando o crescimento de uma demanda por uma sociedade inclusiva, um momento favorável à inclusão, algo completamente novo no país, e que não podemos desconsiderar.…”