RESUMO:O texto traça reflexões sobre a dualidade entre a razão e sensibilidade na prática assistencial da Enfermagem, a dicotomia teoria e prática, cuidado humanizado e as exigências do mercado de trabalho voltado para as especializações, a sistematização da assistência e o processo de trabalho do enfermeiro, valorização da subjetividade do cuidado e a necessidade de destreza tecnológica. A formação do futuro profissional é apontado como um dos possíveis caminhos para a quebra deste hiato, aliando novos conceitos do cuidado que respondem aos anseios da sociedade contemporânea, aos princípios científicos, tornando-se protagonistas da transformação da realidade da Enfermagem.
PALAVRAS-CHAVE:Enfermagem; Cuidados em enfermagem; Prática profissional.
INTRODUÇÂOA falência do modelo cartesiano, biologicista e as novas concepções filosóficas trouxeram como conseqüências para a academia e a prática assistencial, o repensar das práticas de cuidar, numa visão humanística e existencial do ser cuidado. Paradoxalmente a estas concepções, na prática laboral o surgimento de novas tecnologias e o modelo capitalista que prioriza a produtividade, pressionam os profissionais da equipe de Enfermagem para a destreza no manuseio dos equipamentos, advindo as especializações na área e a produção com baixos salários e jornadas de trabalho estafantes.Estes fatos talvez expliquem, embora não justifiquem, a resistência dos profissionais em modificar seu fazer cotidiano, tecnicista e fragmentado. A falta de tempo disponível também é a principal justificativa para a não incorporação de uma metodologia de assistência que traga subsídios científicos e visibilidade profissional. Por meio de uma revisão bibliográfica, este trabalho pretende refletir as contradições características da prática assistencial da Enfermagem, como as questões de poder e gênero, autonomia e a formação profissional a dicotomia teoria-prática fazendo um paralelo com a academia.
PERCURSO DAS PRÁTICAS DO CUIDADOAs mulheres tinham a função de cuidar de seus filhos, dos idosos e enfermos desde as sociedades primitivas, estes povos acreditavam que a causa das doenças era espíritos e forças naturais, assim quem conseguisse espantá-los, conquistaria a respeitabilidade e posição de destaque. A terapêutica, segundo Mantovani; 94