RESUMOA úlcera venosa é mais prevalente em mulheres, sobretudo as idosas, sendo que a cronicidade e o caráter recorrente desse tipo de lesão podem trazer implicações para o autocuidado. Neste estudo, fundamentado na fenomenologia social de Alfred Schütz, objetivou-se compreender a experiência de autocuidado de mulheres que convivem com úlcera venosa crônica. Participaram sete mulheres, cujos depoimentos foram obtidos em 2012. Os resultados desvelaram que o autocuidado da mulher acometida pela úlcera venosa crônica inclui dificuldades relacionadas à própria higienização, vestimentas e calçados, repouso e adesão ao tratamento tópico e compressivo da úlcera venosa crônica, além do controle da dor. Ainda que não realizem plenamente o autocuidado orientado pelo profissional, as participantes têm a expectativa de conseguir a cicatrização, ter saúde e retomar suas atividades cotidianas afetadas pela ferida. Conclui-se que o maior desafio posto está em fazer com que as orientações profissionais para o manejo da úlcera venosa crônica se desdobrem em autocuidado efetivo. Tal ação está atrelada ao modo como o profissional percebe a realidade de cada mulher e se propõe a intervir, compartilhando, ajudando-a a transcender suas dificuldades em relação à doença e a encontrar caminhos que a empoderem no cuidado de si mesma.
DESCRITORES:Estomaterapia. Úlcera varicosa. Autocuidado. Enfermagem.
ABSTRACTThe venous leg ulcers are more prevalent in women, especially among the elderly, and its chronicity and the recurring nature of this type of injury may cause implications in self-care. This study aimed to understand the self-care experience of women who has to deal with chronic venous ulcers. We based our research on the social phenomenology of Alfred Schütz. Seven women participated and their testimonials were collected in 2012. The results unveiled that the self-care of women affected by chronic venous ulcers includes difficulties related to their own hygiene, clothing and footwear, rest and adherence to topic and compressive treatments of chronic venous ulcers, in addition to pain control. Although not fully performing self-care guided by a professional, the participants expect to achieve healing, to recover their health and to continue their daily activities, which are affected by the wound. We concluded that the greatest challenge is to make the professional guidelines for the management of chronic venous ulcers unfold themselves in effective self-care. Such action is linked to the way the professional perceives the reality of every woman and proposes to to make interventions with her consent, helping her to transcend her difficulties related to the disease and to find ways that empower her in self-caring.