Dos PCNS a Bncc: O Ensino De Geografia Sob O Domínio Neoliberal / From PCNS to Bncc: The Geography Teaching Under the Neoliberal Domain

Abstract

© 2017 Girotto. Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Compartilha Igual (CC BY-NC-SA 4.0), que permite uso, distribuição e reprodução para fins não comercias, com a citação dos autores e da fonte original e sob a mesma licença.

Currículo Paulista do Ensino Médio:

“…Sua constituição num contexto político turbulento do país que envolveu um processo de Impeachment da Presidenta da República Dilma Roussef, três mudanças de Ministros da Educação com nomes como José Mendonça Bezerra Filho, Rossieli Soares da Silva, que viria a se tornar Secretária da Educação do estado de São Paulo entre os anos de 2019 e 2022 e Ricardo Valez Rodrigues 4 , bem como das equipes que estavam construindo a nova BNCC, causou descontentamento daqueles que acompanhavam as discussões (GUIMARÃES, 2018). Mesmo diante deste período conturbado, chama atenção a velocidade com que foi formulado e homologado um documento tão importante para a Educação brasileira e, diferente do que se afirma na seção de sua apresentação, não houve amplo debate com participação da sociedade e educadores do país (GUIMARÃES, 2018;RICETO, 2018;GIROTTO, 2016). Segundo o autor, o que une estas entidades "[...] é a difusão de uma concepção empresarial de Educação, pautada no discurso do capital humano e na relação simplista entre desenvolvimento da Educação e crescimento econômico" (GIROTTO, 2016, p.435 A entrada de investimento privado no sistema educacional da sociedade brasileira tem sido materializada no cotidiano escolar, provocando um avanço constante dos processos de privatização da Educação.…”

“…Por este caminho, é bastante contraditório justificar a reorganização curricular para melhoria da qualidade educacional no país e não ampliar os investimentos para tornar possível a execução das novas normativas, colocando toda a responsabilidade, do sucesso ou fracasso, no professor e no estudante, corroborando com o aspecto prescritivo de currículo (GIROTTO, 2016;LÁZARO, 2017;LOPES, 2006;RICETO, 2018;SILVA, 2019).…”

“…Essa incoerência fica evidente quando se observa no documento da BNCC o fato do Ensino Médio ser o grande alvo da reorganização curricular, justificando que é a etapa da Educação Básica em que os "[...] índices de aprendizagem, repetência e abandono são bastante preocupantes [...]" (BRASIL, 2018, p. 5) e, por isso, a necessidade de tornar o currículo desta etapa diversificado e flexível, sobretudo, por meio dos itinerários formativos. Entretanto, não há reflexões no sentido de entender as causas na totalidade, ou seja, os diferentes motivos que são responsáveis pelo abandono escolar dos jovens e pelos índices de aprendizagem não serem significativos nesta etapa (RICETO, 2018;GIROTTO, 2016;GUIMARÃES, 2018;FARIAS, 2017).…”

“…Neste contexto, observa-se a BNCC enquanto um documento que não visa à qualificação da Educação, uma vez que não se realiza outros investimentos financeiros, como no próprio estudante, na infraestrutura das escolas, na carreira docente e nos salários, mas sim na busca em atender aos interesses do sistema capitalista (GIROTTO, 2016;LÁZARO, 2017). De acordo com Laval (2004), trata-se do modelo escolar que se impõe cada vez mais, um modelo que: [...] depende de um "economismo" aparentemente simplista cujo axioma principal é que as instituições, em geral, e as escolas, em particular, só têm sentido dentro do serviço que elas devem prestar às empresas e à economia (LAVAL, 2004, p. 03).…”

248. Uma leitura sobre propostas curriculares de Geografia no Brasil: 1986-2018

“…Girotto, 2016 <https://doi.org/10.12957/geouerj.2017.23781>.103 Benakouche, 1999, p. 34-35. 104 Esta metodologia envolvendo o "raciocínio geográfico" acompanhou as propostas externas, sugeridas por macropolíticas educacionais.…”