Doenças parasitárias reprodutivas em bovinos - Neosporose

Abstract

ResumoA neosporose bovina é uma doença infecciosa de expressão global, de origem parasitária, causada pelo protozoário Neospora caninum, que gera grande impacto econômico por causar o aborto em bovinos de corte e de leite em vários países. Apesar de altas prevalências de anticorpos nos animais, a frequência de neosporose clínica tem sido pouco registrada. Para controle efetivo da doença, deve-se coletar e eliminar fetos abortados, membranas fetais, placentas e bezerros natimortos, impedindo assim a ingestão por cães de material contaminado. Esta revisão de literatura propõe-se a abordar aspectos importantes da neosporose bovina, incluindo a etiologia, epidemiologia, patogenia, sintomas, diagnóstico, prognóstico, terapêutica e controle.

Situação da neosporose na bovinocultura brasileira

“…A principal manifestação clínica quando presente em bovinos é caracterizado pelo aborto, entre o quinto e o sexto mês de gestação, o que pode variar de acordo com o momento da parasitemia da vaca, podendo ocorrer em qualquer momento da gestação, além disso, os fetos podem morrer no útero e serem mumificados ou autolisados, apresenta sinais nervosos e queda na produção leiteira (Almeria et al, 2010;Llano, 2013;Maldonado Rivera et al, 2020;Reiterová et al, 2009). Dias et al(2014) relatam que vacas de corte apresenta bezerros ao nascimento prematuros e com peso reduzido.…”

“…Em estudo executado por Silva et al (2008) demonstraram que cerca de 46% da casuística de N. caninum ocorreu em propriedades que não adotavam medidas de biosseguridade, já os locais que mantiveram medidas aceitáveis pôde-se observar uma redução dessa prevalência para 21%. Medidas de biossegurança como restringir acesso de cães a fetos abordados, tecidos infectados e fluidos de placentas, uso somente de vacas soronegativas na transferência de embrião, evitar acesso de outros animais a bebedouros e comedouros, uso de maternidades individuais, controle de roedores e a implementação de um programa de vacinação pode resultar de forma considerável na minimização dos prejuízos econômicos (Dias et al, 2014;Dubey et al, 2007;Reiterová et al, 2009). Caso se tenha um resultado positivo é fundamental realizar uma avaliação completa do rebanho para verificar a quantidade de animais acometidos, além de determinar a principal forma de transmissão ocorrida na propriedade e destino dos animais infectados (Megid et al, 2016).…”