INSTITUCIONALIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO MUNICIPIO DE CAMPINAS (SP) NA PERSPECTIVA DA ANÁLISE INSTITUCIONAL SÓCIO-HISTÓRICAA Vigilância em Saúde é entendida aqui, como uma instituição -conceito base para a Análise Institucional (AI). Seu processo de institucionalização nos remete à história da Saúde Pública, impactando no atual modelo de gestão e nas ferramentas de trabalho utilizadas em sua contemporaneidade. Considerando que a Vigilância em Saúde tem raízes e processos a partir deste modelo conceitual, há um impacto na prática e estratégias utilizadas pelos sujeitos que dela fazem parte, marcada, muitas vezes, por modelos verticalizados e pouco participativos. O objetivo deste estudo foi estudar a trajetória da Vigilância em Saúde de Campinas (SP) na perspectiva da Análise Institucional sócio histórica, buscando uma compreensão de sua gênese histórica, social e teórica e seu processo de institucionalização (duração, temporalidade e historicidade). Neste sentido, a proposta da Análise Institucional na vertente sócio histórica fundamenta-se na necessidade de ampliação do conhecimento acerca de fatos no passado, mas que ainda possuem repercussão no presente. Foram utilizados alguns conceitos chave da Análise Institucional, como analisador, implicação e instituiçãodesdobrando em seus momentos instituído, instituinte e institucionalização. Esse estudo teve natureza qualitativa, teórico e empírico, com base em entrevistas semiestruturadas e pesquisa documental. As entrevistas iniciaischamados de "entrevistas disparadoras"foram realizadas com os sujeitos que participaram dos processos iniciais de municipalização, descentralização e regionalização da Vigilância em Campinas. Em seguida foram entrevistados outros gestores e trabalhadores dos serviços de saúde que vivenciaram a história mais recente da Vigilância. A maioria das entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas e enviadas aos entrevistados para que acrescentassem ou retirassem o que julgassem importantes. Após a análise das entrevistas e de alguns documentos que trouxeram alguns eventos realizados pela Vigilância de Campinas, o grupo entrevistado foi convidado para duas oficinas de restituição para debate sobre os achados e construção do texto. O trabalho demonstrou que o modelo atual de Vigilância não insere o sujeito dentro de suas ações e nem considera seu contexto social. Tendo esse pressuposto como modelo, as estratégias utilizadas pela Vigilância são predominantemente normativas e administrativas, mais ligadas à tecnologia dura e dura-leve, ou seja, pouco se trabalha com as relações intersubjetivas que estão diretamente relacionadas com a missão da Vigilância. O modelo de Vigilância de Campinas, apesar do protagonismo dos sujeitos, mantem pouca articulação com a sociedade e controle social. Os desafios percebidos são relacionados a investir nas tecnologias leves (relacionais) no sentido de incluir os diferentes sujeitos no processo de Vigilância. A possibilidade de intercessão entre suas práticas e a sociedade, deve ser motivada por um des...