“…Portanto, o caminho metodológico utilizado para a construção deste artigo foi traçado a partir de minha observação e acompanhamento atento aos desdobramentos da crise que se instalou entre a UNIFAP e os povos indígenas de Oiapoque a partir desse momento em que os indígenas decidiram se insurgir a respeito do posicionamento da universidade. Como aporte teórico, aproximei-me de leituras críticas sobre o papel da Academia e as estratégias metodológicas que a ciência utiliza para construir seu conhecimento; o diálogo com autores e autoras que traçam uma proposta crítica ao fazer etnográfico, dentro ou fora dos espaços geográficos colonizados, e que propõem elementos para um refazer antropológico diferenciado, pautado na colaboração, no desprendimento (RAMOS, 2007); bem como na proposta de um intervenção de pesquisa baseada em epistemologias do sul como estratégia de luta para ultrapassar o colonialismo, o capitalismo e o patriarcado (SANTOS, 2019), na construção de uma pesquisa autônoma, e que se construa a partir das perspectivas locais dos espaços colonizados (FALS BORDA, 1979), na elaboração de uma pesquisa a partir da interculturalidade (WALSH, 2005(WALSH, , 2008, entre outros e outras.…”