pela orientação precisa e estimulante, sempre guiada pelo espírito amigável da livre interlocução. Ao Prof. Dr. Eduardo Morettin, pela pronta recepção no grupo de pesquisa "História e audiovisual: circularidades e formas de comunicação", ambiente de rica e generosa troca acadêmica. A todos os que ali compartilharam suas pesquisas também vai o meu agradecimento. À Prof. a Dr. a Maria Helena Capelato e ao Prof. Dr. Henri Gervaiseau, pelas preciosas críticas no exame de qualificação (que serviram de norte à conclusão deste trabalho) e na banca final (que melhoraram esta versão revista). À Prof. a Dr. a Mônica Kornis, pelo debate e incentivo nos simpósios em que nos topamos. Ao grupo de estudos sobre memória e ditadura, composto por orientandos do professor Marcos e agregados, em cujas reuniões em torno da mesa da sala 19 surgiram muitas das ideias expostas adiante. Igualmente interessantes têm sido os encontros promovidos ao redor de outras mesas pela cidade. Aos colegas de turma da graduação que hoje são os amigos da vida: Daniel Lago Monteiro, Guilherme de Paula Costa Santos, Jhenefher Panas (adotada das Letras), João Paulo Marão, Renato Prelorentzou e Tárcio Vancim de Azevedo. Aos amigos mais recentes, com os quais a convivência intensa e festiva, ao redor de uma mesa ou de uma vitrola, faz do tempo um mero detalhe: Alexandre, Andréa, Eduardo, Fernanda, Julián (revisor desta versão), Lia e Tony. Às minhas famílias de nascimento e de união, pelo carinhoso suporte desde o início e pela amorosa acolhida. À Gazi, agradecer é pouco diante do desejo de que este trabalho seja apenas uma das aventuras ao seu lado. RESUMO O melodrama histórico O que é isso, companheiro? (Bruno Barreto, 1997) e o documentário Hércules 56 (Silvio Da-Rin, 2006) adotam gêneros cinematográficos distintos para representar uma das mais importantes ações da luta armada durante o regime autoritário no Brasil (1964-1985): o sequestro do embaixador dos EUA, Charles Elbrick, promovido por MR-8 e ALN em 1969. Produzidos em tempos democráticos, os filmes têm o testemunho como matriz de suas imagens, e a tensão entre os gêneros já sugere, em si, uma disputa em torno da fidedignidade da memória. Adaptação do relato pessoal homônimo de Fernando Gabeira publicado em 1979, O que é isso, companheiro? mobiliza o modo melodramático hollywoodiano em uma encenação do acontecimento que vilaniza a guerrilha, distribui inocências aos sujeitos sociais e redime os torturadores. Nessa imagem desculpadora da memória, o passado é moralmente julgado como um lapso aberrante superado na década de 1990, quando governava a ordem (neo)liberal. Em resposta, Hércules 56 reúne os protagonistas da ação e os presos políticos libertados em troca do diplomata em uma montagem de entrevistas e imagens de arquivo cuja coesão tende a instituir a totalidade narrativa do sequestro e a unidade teleológica da luta armada em geral. Inclinado ao tom da celebração, o documentário realinha os sentidos dos atos passados, enquadrando-os na trilha do longo percurso rumo ao triunfo democrático-inst...