Foram avaliadas, por meio de um check list baseado no anexo da Resolução RDC 275 de 21 de outubro de 2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e acrescida de critérios tecnológicos de produção, 27 fábricas de cachaça de alambique. As fábricas situavam-se nas regiões de Salinas, Betim e Arcos em Minas Gerais e na região de Vassouras no estado do Rio de Janeiro. De acordo com o atendimento aos quesitos do check list ligados às condições tecnológicas e de Boas Práticas de Fabricação na produção de cachaça, cada fábrica foi classificada em "ruim", "regular" ou "bom". Das 27 fábricas avaliadas apenas duas alcançaram a classificação "bom" e nove foram classificadas como "ruim". Constatou-se ainda que 59% destas foram classificadas como "regular". O desempenho das fábricas de cachaça quando observados as condições de Boas Práticas foi de apenas 59,6%. As notas obtidas pelas fábricas de cachaça foram influenciadas pela região geográfica de produção, pela condição fiscal (com ou sem registro) e ainda pela capacidade anual de produção. Os fatores de maior peso na nota das fábricas foram: 1) Tipo e manutenção dos equipamentos e utensílios; 2) qualidade e cuidados com as matérias-primas, ingredientes e insumos; 3) controle do processo produtivo e garantia de qualidade. Os resultados obtidos mostram a necessidade de um programa efetivo de BPF na produção de cachaça de alambique e aplicação de conceitos simples de tecnologia e segurança de fabricação de alimentos e bebidas. O resultado ainda serve de orientação quanto à ações de treinamento de produtores e fiscalização pelos órgãos de regulação e fiscalização.