A legislação brasileira não define quais das características das formações secundárias devem ser avaliadas para a classificação do seu estágio sucessional, se inicial, intermediário ou avançado, dificultando os procedimentos de licenciamento para supressão, manejo e conservação da vegetação nativa. Neste estudo, propõe-se um sistema de classificação do estágio sucessional da vegetação secundária, baseado em dados colhidos em três municípios do Pará e de revisão de literatura. Foram feitos inventários em 128 parcelas de 0,16 ha por sítio estudado e utilizados 18 descritores florístico-estruturais da vegetação. Parcelas dos três estágios foram submetidas à análise discriminante, que definiu os três estágios sucessionais com base em dezesseis medidas florístico-estruturais. Oito descritores apresentaram maior poder discriminatório destes três estágios sucessionais, sendo então selecionados para a elaboração do Sistema Capoeira Classe (CapClas), sistema composto por três equações que discriminam, com 70,3% de acurácia, os estágios sucessionais de uma determinada vegetação. O presente trabalho corrobora a afirmação inicial de que os três estágios sucessionais propostos apresentam comunidades arbóreas com estruturas distintas e que o uso de descritores florístico-estruturais pode contribuir para a aplicação de um sistema de classificação da vegetação secundária.