Dinâmica de reflorestamento em áreas de restauração após mineração em unidade de conservação na Amazônia

Abstract

Objetivou-se neste trabalho avaliar a densidade de plantio, a mortalidade e o incremento periódico anual (IPA) do crescimento em diâmetro e em altura das espécies empregadas no reflorestamento de áreas de restauração florestal, após a lavra de minério em unidade de conservação na Amazônia. Foram também analisadas as práticas edáficas nas áreas de plantio. O monitoramento abrangeu um período de 13 anos (1996 a 2009), na Floresta Nacional de Saracá Taquera, em Porto Trombetas, PA. As espécies foram distribuídas em classes de mortalidade e de incrementos em diâmetro e em altura. Foi analisada a aptidão ecológica baseada na mortalidade e nos incrementos do crescimento, em diâmetro e em altura, das espécies do ecossistema artificial sob restauração. O incremento periódico anual do diâmetro foi classificado como de graus ótimo, alto, baixo e muito baixo, envolvendo, respectivamente, 7, 17, 44 e 1 espécies. Analogamente, quanto à altura, foram classificadas 7, 33, 20 e 9 espécies, respectivamente. A aptidão ecológica das 69 espécies presentes, durante os 13 anos do monitoramento, identificou 24 espécies classificadas como inaptas, 21 como de baixa, 25 como regular, 16 como boa e apenas três como de ótima adaptabilidade. As práticas de caráter edáfico devem ser revistas, por apresentar indícios de estarem influenciando fortemente a mortalidade e desenvolvimento das árvores plantadas nas áreas de restauração.

Estabelecimento inicial de espécies florestais em plantio para a recuperação de área alterada no Amazonas

“…Das onze espécies estudadas, apenas duas tiveram sobrevivência inferior a 80% até os dez meses após o plantio (Tabela 3). Este resultado está de acordo com as expectativas de êxito de projetos de reflorestamento de áreas degradadas, as quais indicam que o valor de 80% pode ser interpretado como alta taxa de sobrevivência do plantio (Duboc & Guerrini, 2007;Salomão et al, 2014).…”

“…A baixa taxa de sobrevivência observada para a espécie S. paniculatum é equivalente aos valores obtidos por Souza et al (2010), que observaram sobrevivência entre 27,8 e 63,9% para S. paniculatum cultivada a pleno sol e em faixas de enriquecimento de capoeira na Amazônia. Por outro lado, a mesma espécie em plantios para a recuperação de áreas degradadas pela mineração de bauxita apresentou mortalidade classificada como muito baixa, sendo inferior a 18,7% (Salomão et al, 2014). No presente estudo, acredita-se que o porte da muda utilizada no plantio pode ter influenciado fortemente a sobrevivência desta espécie em campo (diâmetro médio de 1,6 mm e altura média de 0,10 m aos seis meses de idade).…”

“…Diante da necessidade de reintroduzir áreas então desflorestadas aos processos produtivos e, ao mesmo tempo, diminuir a pressão de exploração sobre as florestas nativas, os programas de reflorestamento constituem estratégia fundamental para a recomposição vegetal de áreas degradadas (Salomão et al, 2014). Todavia, o sucesso no estabelecimento das iniciativas de reflorestamento depende, dentre outros fatores, da definição do método mais adequado de recuperação (Lamb et al, 2005), da qualidade do sítio e da seleção das espécies com maior potencial de sobrevivência e crescimento nessas áreas (Salomão et al, 2014).…”

“…Todavia, o sucesso no estabelecimento das iniciativas de reflorestamento depende, dentre outros fatores, da definição do método mais adequado de recuperação (Lamb et al, 2005), da qualidade do sítio e da seleção das espécies com maior potencial de sobrevivência e crescimento nessas áreas (Salomão et al, 2014).…”

“…O resultado obtido neste estudo é equivalente ao observado por Souza et al (2008) em cultivo a pleno sol, no qual a mesma espécie apresentou altura aproximada de 100 cm e diâmetro médio de 28 mm aos 12 meses após o plantio. Ademais, a espécie também tem se destacado em plantios para a recuperação de áreas degradadas pela mineração de bauxita com incrementos em altura da ordem de 0,77 m ano -1 , sendo classificada como de boa aptidão ecológica para a composição de projetos de reflorestamento com esta finalidade (Salomão et al, 2014).…”