Dinâmica da paisagem na bacia hidrográfica do Rio Apeú, nordeste do Pará, Brasil

Abstract

Este trabalho teve como objetivo analisar espacialmente a dinâmica da paisagem da bacia hidrográfica do Rio Apeú, região nordeste do Pará, através do uso integrado de produtos e técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, num período de sete anos, visando oferecer subsídios ao planejamento de sua ocupação territorial. Para tanto foram utilizadas imagens Landsat5/TM referentes aos anos de 2001, 2004 e 2008, as quais foram classificadas pelo algoritmo de classificação supervisionada de máxima verossimilhança. Por meio da análise dos mapas temáticos gerados para os três períodos analisados, foi possível analisar a dinâmica de cobertura vegetal e uso do solo da bacia em questão. Os resultados mostraram que a paisagem da bacia é fortemente marcada pela atividade da pecuária, sendo as pastagens o padrão dominante de uso da terra. A classe de sucessão secundária, apesar de sofrer progressiva redução ao longo dos sete anos analisados, ainda é a cobertura vegetal dominante na paisagem, atribuída a sustentabilidade do sistema de produção agrícola local como componente de pousio. No dinamismo da paisagem, a floresta ombrófila densa é a classe de maior estabilidade na cobertura vegetal.

Usos da terra e potencial de regeneração natural da vegetação nativa na bacia do rio Apeú, Castanhal, Pará

“…A presença dessa classe, principalmente nas nascentes, consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP), do norte do município, evidencia o processo de degradação de áreas protegidas ocorrentes na localidade. A implantação de práticas agrícolas, que vêm normalmente logo após o desflorestamento nessas áreas, pode, além de contribuir para o decréscimo de cobertura vegetal original, conduzir à contaminação das águas por compostos químicos utilizados no manejo (Souza et al, 2011).…”

“…A vegetação secundária, por sua vez, é muito dinâmica nessa bacia. Em 2001, essa classe ocupava 46,14% da área e decresceu para 29,14% no ano 2008 (Souza et al, 2011). Mesmo com essa redução, a vegetação secundária apresentou-se como uma das classes mais relevantes, sendo essa predominância associada com a sustentabilidade do sistema de agricultura tradicional praticado na região, que depende dos períodos de pousio longos para o restabelecimento dos estoques de nutrientes e matéria orgânica perdidos no período agrícola.…”

“…As áreas ocupadas por agropecuária (pasto limpo, pasto sujo -pastagem degradada e dendeicultura) na BHRA somam um pouco mais de 20% do total da bacia. Souza et al (2011) observou através de uma análise multitemporal na bacia, um aumento da classe pastagem entre os anos 2001 e 2008, sendo este incremento justificado pela enorme atividade voltada para a pecuária na região. Além disso, grande parte das áreas desflorestadas na Amazônia estão ocupadas com pastagens cultivadas ou são formadas por vegetação secundária provenientes de áreas de pastagens abandonadas (Fearnside, 2001).…”

Adequação de modelo a susceptibilidade à erosão de solos no âmbito de microbacia na borda sul-amazônica

“…Idenficando resultados similares a outros estudos (CAIONI et al, 2017;ARENAS et al, 2015;NUNES et al, 2015;CAIONI et al, 2014), é possível deduzir que todo o município teve padrão similar de ocupação. Esse mesmo padrão ocorre em outras regiões denominadas de fronteia agrícola, como na pesquisa realizada por Souza et al (2017), na qual a classe de uso alternativo do solo que mais ocupa a paisagem é a pastagem, com pequenos percentuais de agricultura.…”

Mapping and Classification of Use Only in the Municipality of Ulianópolis-PA: Dynamics of the Landscape in the Hydrographic Micro-basin of the Cabeludo River

“…Thus, according to [11] the concepts attributed to land cover and land use maintain a relationship with each other and are used to being used alternatively. Human activities are commonly directly relevant to the type of land cover, regardless of whether it is forest, agricultural, residential or industrial.…”