Diagnóstico situacional das farmácias vivas existentes no Estado do Ceará

Abstract

Conflito de interesses:Os autores declaram não haver nenhum interesse profissional ou pessoal que possa gerar conflito de interesses em relação a este manuscrito. Diagnóstico situacional das farmácias vivas no estado do CearáSituational diagnosis of existing healthy living pharmacies in the state of Ceará Diagnóstico situacional de las farmacias vivas existentes en el estado del Ceará Resumo O Programa Farmácias Vivas -FV foi criado em 1983 pelo professor Francisco José de Abreu Matos para garantir à população plantas medicinais e fitoterápicos com garantia de qualidade. Objetivou-se realizar um diagnóstico situacional das FV existentes no Ceará após o Decreto nº 30.016/2009. Pesquisa básica, descritiva, documental com abordagem quantitativa. Estudo realizado com dados dos 184 municípios cearenses. Os 116 documentos fornecidos pelo Horto Oficial e Horto Matriz foram coletados entre agosto/2015 a agosto/2016, gerados em banco de dados estruturado no programa Microsoft Excel-2016, analisados em números relativos, absolutos e análise descritiva. Foram encontrados registros de: 58 (56,3%) FV de natureza governamental, 28 (48,3%) classificadas como modelo I e 26 (44,8%) em inatividade; 26 (25,2%) FV não governamentais, 13 (50%) classificadas como modelo I e 9 (34,6%) em funcionamento; 15 (14,6%) FV instaladas em instituições de ensino superior, dessas, 10 (66,6%) classificadas no modelo I e 09 (60,1%) em atividade. Ao todo, foram encontrados registros de 99 (100%) FV, estando 42 (42,4%) em atividade. A maioria das FV está inserida no modelo I, de menor complexidade, o que pode estar relacionado à falta de recursos financeiros. As FV de natureza governamental apresentaram o maior número de unidades inativas o que pode ter sido provocado pela incapacidade dos órgãos públicos em se adequar às exigências do Decreto nº 30.016/2009. Percebe-se que o principal desafio que se impõe às FV é a falta de financiamento específico e permanente que garanta a expansão do programa e manutenção das unidades implantadas. AbstractThe Program Healthy Live Pharmacies (HLP) was created in 1983 by Professor Francisco José de Abreu Matos to ensure the population medicinal plants and herbal medicines with quality assurance. The objective of this study was to carry out a situational diagnosis of HLP in the state of Ceará after Decree 30.016 / 2009. Basic, descriptive, documentary research with a quantitative approach. The study was carried out with data referring to the 184 municipalities of Ceara. Data from the study were collected between August 2015 and August 2016. We analyzed 116 documents provided by the Official Horto and Matriz Horto. The data were generated in a database structured in the program Microsoft Excel-2016, analyzed in relative, absolute numbers and descriptive analysis. There were records of: There were records of: 58 (56.3%) HLP of governmental nature, 28 (48.3%) classified as model I, 43 (74.1%) held by the Municipal Secretariats of their respective municipalities and 26 (44.8%) in inactivity; 26 (25.2%) non-governmental ...

Farmácia viva, o cuidado farmacêutico nas unidades básicas de saúde no Nordeste

“…A farmácia viva é composta por três modelos conforme seu nível de complexidade e proposta do projeto para implementação, onde o nível I realiza o cultivo e o acesso as plantas medicinais in natura em hortas comunitárias ou unidades do SUS com orientação sobre como preparar e usar corretamente os tratamentos caseiros, o nível II refere-se a produção e dispensação das plantas medicinais secas destinadas para uso nas Unidades Básicas de Saúde e por último o nível III que corresponde a preparação dos medicamentos fitoterápicos para dispensação nas unidades do SUS. Podemos ressaltar, que o programa Farmácia Viva pode atuar separadamente como também de forma sincrônica unicamente no nível III, o qual pode abranger os dois primeiros como pode-se verificar nas Unidades do Ceará graças a dedicação do Professor Matos e de sua equipe (Bonfim et al, 2019;Rufino et al, 2018).…”

“…Nesse aspecto, as farmácias vivas podem ser classificadas em três modelos conforme os serviços prestados à população. O modelo I atua com a planta medicinal in natura além da orientação sobre a forma correta de preparação até o seu uso caseiro em forma de Chás, o modelo II com a dispensação da droga vegetal e o modelo III com as preparações magistrais farmacotécnicas e fitoterápicas produzidas nas hortas oficiais (Bonfim et al, 2019;Brasil, 2012a).…”

Semeando saúde

“…Mesmo tendo sido instituída em 2010, a Farmácia Viva, uma das maiores iniciativas de plantas medicinais do Brasil, ocupa uma posição marginal no sistema de saúde. 17,18 Apesar de o país possuir uma biodiversidade que compõe de 11 a 22% do total mundial, 100% da matéria-prima destinada para a indústria de fitoterápicos provém da importação, 6 o que expõe a efetividade nula de aproveitamento dos recursos nacionais. Isso pode ser justificado pela existência de poucos estudos acerca dos potenciais de uso terapêutico da flora brasileira, uma vez que, de 55 mil espécies vegetais, apenas 0,4% foi pesquisada fitoquimicamente ou farmacologicamente.…”

Revisão Da Literatura Quanto Ao Uso De Medicamentos a Base De Canabidiol Para O Tratamento Da Artrite Raumatoide

“…dispensação de fitoterápicos nas unidades do Sistema Único de Saúde. Já a Portaria MS/ GM nº 886 determinou que a gestão das Farmácias Vivas seja de responsabilidade do estado, município de Distrito Federal, proibindo a comercialização de fitoterápicos e plantas medicinais e tornando-as sujeitas aos ditames de regulamentação sanitária e ambiental específica dos órgãos regulamentadores(BONFIM et al, 2018).Outro ponto importante deste projeto, presente em diversas regiões do Brasil através da Atenção Básica à Saúde, é o trabalho conjunto de três profissionais: um profissional de agronomia, responsável pelo cultivo das plantas, um profissional da medicina, com autonomia para a prescrição de substâncias, e também o farmacêutico, responsável pela orientação e controle de qualidade dos produtos prescritos. Estas etapas visam a promoção do uso racional e apropriado de plantas medicinais com comprovação científica e atividades terapêuticas.…”

“…No campo educacional são poucas as instituições de ensino que oferecem disciplinas relacionadas ao ensino das práticas integrativas e complementares.O não estímulo à busca de conhecimentos tradicionais em meio a hegemonia do modelo biomédico faz com que grande parte dos profissionais de saúde no Brasil se forme com pouca ou nenhuma aproximação acadêmica com os saberes populares. Contudo, somente através do conhecimento das culturas tradicionais existe a possibilidade de discussão a respeito das vantagens e desvantagens dessas práticas para os pacientes que desejam usá-las e também para aqueles que fazem uso inadequado(BONFIM et al, 2018). Desta forma, conformeMARTINS et al, (2018), deve existir no campo educacional na área de saúde a flexibilização curricular que possa contribuir para a produção dialógica de conhecimento entre docentes e discentes por meio de estratégias proporcionadas por Projetos de Extensão.…”