Muitos autores e documentos nacionais e internacionais pontuam que a expansão desordenada das cidades e a falta de políticas públicas capazes de ordenar este crescimento com a manutenção das áreas verdes estão relacionadas aos problemas urbanos enfrentados na atualidade, os quais causam sérios prejuízos à saúde física e mental da população. Diversos estudos ressaltam a compreensão da percepção ambiental dos moradores como possibilidade para entendimento das relações existentes entre sociedade e ambiente, já que a população tem papel fundamental em relação à tomada de decisões que envolvem a gestão de áreas verdes, pois a participação desta fornece transparência à política urbana. A investigação objetivou analisar a percepção da população usuária de três áreas verdes urbanas do município quanto aos usos e funções do espaço. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista estruturada, a qual era composta por perguntas que identificavam o perfil dos participantes e por cartas que apresentaram 12 atributos socioambientais, 1 - cultural, 2 - lugar histórico, 3 - alimentos e suprimentos, 4 - vínculo afetivo, 5 - melhora física e mental, 6 - paisagens, cheiros e sons, 7 - aprendizado sobre o meio ambiente, 8 - futuro, 9 - lazer e atividades, 10 - extração e caça, 11 - diversidade, 12 - lugar religioso e espiritual, as quais foram apresentadas aos usuários do espaço para que ordenassem uma sequência que variasse do "atributo mais importante" para "atributo menos importante" de acordo com o seu sentimento e opinião pessoal. Posteriormente, os dados foram sistematizados e analisados segundo o perfil dos usuários. Apesar da especificidade de cada espaço, os resultados indicam que os residentes (na maioria mulheres) usufruem rotineiramente das áreas verdes urbanas nas mais diversas atividades (atividades físicas, culturais, recreativas e educativas).