Diabetes mellitus in dogs: searching a relationship between obesity and hyperglycemia

Abstract

Resumo. Estudos sobre Diabetes Mellitus em cães são de extrema importância, já que conhecimentos mais aprofundados possibilitam que a profilaxia da enfermidade possa ser colocada em prática, além de fazer com que os diagnósticos sejam mais rápidos havendo, consequentemente, tratamentos corretos e com melhores resultados. Além disso, a disseminação de informações pode diminuir o número de casos em longo prazo. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a existência ou não da relação entre hiperglicemia e obesidade em cães. Foram distribuídos panfletos informativos, disponibilizando alguns dias para que proprietários de cães levassem seus animais, gratuitamente, até a clínica veterinária da UNIP -Campus Bauru, para que fosse feita uma análise dos seus animais. Estes proprietários levaram seus animais com um jejum de no mínimo 8 horas e responderam algumas questões relativas à alimentação e atividade física de seus cães. Foram utilizados parâmetros complementares para caracterizar obesidade, mas, mesmo assim, os animais não apresentaram relação entre obesidade e hiperglicemia. De posse de dados da literatura mais recentes, verificou-se que os resultados obtidos estão de acordo com uma diferente etiologia para o desenvolvimento de diabetes em cães, e que não está relacionado com a obesidade e resistência à insulina.

Fatores de risco associados à obesidade e sobrepeso em cães

“…Segundo Moshref et al (2019), a DM canina é uma doença complexa e multifatorial e, ainda que a patogênese em cães seja pouco definida, a interação genômica e epigenética com estímulos ambientais induz a perda de células β-pancreáticas e deficiência de insulina. No cão, a perda de células β-pancreáticas tende a ser rápida e progressiva e, geralmente, ocorre em decorrência da destruição imunomediada, degeneração vacuolar ou pancreatite (Behrend et al, 2018).…”

“…Para os autores, a falha do aporte glicêmico, devido à DM, afeta o metabolismo e a fisiologia do animal, bem como as células tubulares renais que não irão realizar a absorção total da glicose. A insulina tem ação no centro de saciedade do hipotálamo e com a sua falta há inibição na saciedade com consequente desenvolvimento de um quadro de polifagia (Amato e Barros, 2020). Os sinais clínicos em cães são semelhantes aos observados em humanos diabéticos, como poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso e letargia (Moshref et al, 2019).…”

“…Diversos são os fatores de risco para o desenvolvimento da DM em cães, como a resistência à insulina causada pela obesidade, certas doenças como hipercortisolismo (hiperadrenocorticismo), hipertrigliceridemia e hipotireoidismo em cães; doenças dentárias, infecção sistêmica, pancreatite ou por uso de determinados medicamentos, como esteroides, progestinas, ciclosporinas (Behrend et al, 2018). Para Heeley et al (2020), o hipercortisolismo é a endocrinopatia mais comumente associada à DM canina e tem sido identificada como fator de risco, provavelmente em decorrência do antagonismo do cortisol à insulina.…”

Diabetes mellitus em um cão: relato de caso

“…A DM secundária a outras afecções é induzida por uma diversidade de fatores como pancreatite, acromegalia, hiperadrenocorticismo, medicamentos ou gestação (Amato, 2020). Em cães ela tem relação, na maioria das vezes, ao antagonismo hormonal ou obesidade.…”

Diabetes Mellitus Em Cães – Estudo Retrospectivo Dos Casos Atendidos Em Hospital Veterinário Universitário, No Período De 2017 a 2019

“…Os cães são mais acometidos pela diabetes mellitus tipo 1, em que ocorre a deficiência de produção de insulina (AMATO & BARROS, 2020), porém inúmeras condições implicam no desenvolvimento da endocrinopatia, como: predisposição genética, insulite imunomediada, pancreatite, obesidade, doenças ou fármacos antagônicos à insulina (hiperadrenocorticismo, glicocorticoides, progestágenos, hiperlipidemia) e alteração nos receptores de insulina (PÖPPL et al, 2016).…”