O artigo discute as demandas memorialistas de colecionadoresprivados projetadas nas agendas políticas de patrimonializaçãocultural, em abordagem situacional. Desde a descrição de doiscasos de colecionamento – um em Canela, RS; outro em SãoLuiz do Paraitinga, SP –, consideram-se as estratégias e táticasoperadas pelos colecionadores, visando a formação de arquivospessoais, sua digitalização e os agenciamentos dos mesmossobre as memórias coletivas, desde a perspectiva da cidadaniapatrimonial. Esta abordagem implica considerar as coleçõescomo bens sociais que produzem modulações nas memóriascoletivas locais, pelo estabelecimento de regimes discursivose regimes de valor, ora em processos de singularizaçãonegociados nas redes de interação dos colecionadores, ora emprocessos de institucionalização das coleções em “dispositivosmemorialistas” públicos, como publicações e centros dememória.