Desfazendo Um Mal Entendido: Discutindo as Diferenças Entre Lucros e Sobras

Abstract

Resumo: Este trabalho trata da diferenciação conceitual entre resultados de empresas mercantis (lucros) e os resultados de cooperativas (sobras). Esta diferença é importante na medida em que o tratamento dado aos dois tipos de resultados: lucros e sobras; tanto em termos conceituais quanto contábeis/tributários podem gerar algumas confusões e ações judiciais. O trabalho é eminentemente teórico e pretende contribuir para a construção da teoria cooperativista. Inicia-se com a definição de lucro e passa-se, posteriormente, à definição de sobras. Depois de definidos os termos, suas origens e destinos dentro das organizações, realizam-se comparações para apontar as diferenças. Como resultado percebe-se uma diferença significativa entre a origem e a aplicação dos resultados em empresas e cooperativas, ou seja, entre lucros e sobras.

Reflexo do perfil e da destinação das sobras na sustentabilidade financeira e no desempenho das cooperativas agropecuárias

“…Sustentabilidade financeira é a capacidade de obter recursos financeiros visando manter a permanência no mercado (OLIVEIRA, 2010;FERNANDES, 2011;BRANCO, 2013;HIGGINS, 2014;FERNANDES;JONES;NAKAMURA, 2016), reforçado pelas habilidades em gerar recursos para remunerar os fatores de produção, repor os ativos utilizados e manter a capacidade de investir para garantia da competitividade (SILVA; QUELHAS, 2006) e pela avaliação por indicadores de desempenho (BOAVENTURA; SILVA; BANDEIRA-DE-MELLO, 2012; ASSAF NETO, , 2016RITTA et al, 2017). Estudos anteriores nessa área tiveram abordagens quanto: à destinação das sobras em cooperativas rurais (BARROSO; BIALOSKORSKI NETO, 2010), relacionados às estratégias de capitalização (RODRIGUES; FIORENTIN; MARTINS, 2017), discussão da diferenciação entre lucros e sobras (CANÇADO et al, 2013), distribuição como fator de geração de riqueza e desenvolvimento regional (HEY; VENDLER; FRANCO NETTO, 2015), regime da distribuição de resultados (APARÍCIO, 2015); gerenciamento de resultados em cooperativas (MUNHOZ, 2015), distribuição de resultados e desempenho (BARROSO, 2009), destinação das sobras e a manutenção do capital (BARBOSA et al, 2019).…”