Desenvolvimento de grânulos de alginato para veiculação de derivado tiofênico 5CN06 por gelificação ionotrópica

Abstract

O uso de polissacarídeos biodegradáveis com capacidade de formação de gel para produção de grânulos não tem sido relatado na literatura associados a novos derivados 2-aminotiofênicos, que tem demostrado atividade biológica antifúngica seletiva. Dessa forma o objetivo desse estudo foi avaliar a formação de grânulos de alginato para veiculação do derivado tiofênico e Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) 5CN06 por gelificação ionotrópica. Foi produzido uma emulsão de 5CN06 a 0,1%, uma solução de alginato de sódio 3% e uma solução de CaCl2 a 10%. Sob distintos volumes a emulsão e o alginato foram misturadas e sob gotejamento, na solução CaCl2, os grânulos foram formados. A alteração da proporção de polímero interfere nesse rendimento, sendo esse igual e acima de 79,50 % ± 0,03. Em meio ácido, pH 1,2, o grânulo não possui significativa taxa de intumescimento, após 180 min. Em meio pH 7,4 ele se dissolve devido a presença de Na+. Utilizando 10mL das misturas de emulsão que contém o fármaco e 10 mL de solução de alginato de sódio a 3%, obteve-se grânulos, com melhor eficiência de encapsulação (65,7%). A maior razão da mistura interferiu na capacidade de intumescimento e na estabilização térmica do IFA. Dessa forma, o estudo desse sistema foi promissor, a partir das condições experimentais, para o entendimento da formação dos grânulos para liberação do composto derivado tiofênico 5CN06, com ação antifúngica.

Preparação de esferas de alginato com estudantes do ensino médio para demonstrar uma aplicação biotecnológica dos carboidratos

“…A partir dos questionamentos dos educandos acerca da formação das esferas de alginato, foi explicado que o alginato é um polímero natural aniônico de estrutura linear, composto pelos ácidos β-D-manurônico (M) e α-L-gulurônico (G) (Medeiros et al, 2022), como apresentando na Figura 4 (página seguinte).…”

“…A partir da Figura 4.A (página seguinte), foi discutido também que os monômeros M e G presentes em sua estrutura do alginato ao entrarem em contato com cátions bivalentes (Ca 2+ , Ba 2+ e Cu 2+ ) sofrem uma gelificação ionotrópica através de intercâmbio iônico e reticulação para a formação de microesferas (Figura 4.B), gerando nano-ou micropartículas (Cacuro e Waldman, 2018;Medeiros et al, 2022;Siqueira et al, 2023). A distribuição dos blocos de M e G na estrutura do alginato, bem como a razão M/G, influenciam fortemente as propriedades deste polissacarídeo em solução para formação das esferas.…”

“…A distribuição dos blocos de M e G na estrutura do alginato, bem como a razão M/G, influenciam fortemente as propriedades deste polissacarídeo em solução para formação das esferas. Longos blocos de G (6 a 10 unidades) fazem com que este polissacarídeo seja mais rígido e tenha maior capacidade de complexar com íons divalentes para formar hidrogéis mais fortes (Cunha et al, 2009;Medeiros et al, 2022).…”

“…Ferreira et al (2021) investigaram a estabilidade dos compostos bioativos da beterraba após a encapsulação em micropartículas de alginato durante o armazenamento. Medeiros et al (2022), desenvolveram uma matriz de alginato por gelificação ionotrópica para veicular fármacos com propriedades lipofílicas. Portanto, nano e microesferas de alginato têm recebido muita atenção como sistemas carreadores de moléculas bioativas (Cacuro e Waldman, 2018;Cherman et al, 2022).…”