Desconstruindo O Epistemicídio a Partir De Jacques Derrida

Abstract

RESUMO:Esse texto pretende mostrar o quanto o pensamento da desconstrução pode possibilitar uma justiça por vir. A desconstrução abre-se a alteridade de forma incondicional, se opondo, assim, as filosofias clássicas que são consideradas por Derrida, como filosofias da violência. Veremos como a filosofia promoveu um epistemicídio das culturas não-europeias e como o acontecimento desconstrutor se abre a todas elas.O "projeto" gramatológico de Jacques Derrida (1934Derrida ( -2004 desenvolvido em Gramatologia (2006) e a suas estratégias desconstrutoras podem na atualidade serem vistas como possibilidades de uma justiça e de uma democracia por vir. Já que, para Derrida, todas as tentativas de se fazer justiça estavam presas a modelos que comprometiam a alteridade de outrem (DERRIDA, 2009). Dito de outra forma, sempre se pensou a justiça a partir do modelo designado pelo direito, que estava preso a uma ideia de justiça transcendente. Esta, formada a partir dos ideais de bem e de justo, teve suas construções determinadas por uma classe e uma cultura hegemônica estabelecida como modelo ideal.Por esse motivo, desconstruir a ideia clássica de justiça e pensá-la a partir do por vir, pode provocar uma abertura para o que Derrida denominou uma democracia por vir. Pois, para esse filósofo, nunca tivemos e nem conhecemos a democracia em toda