“…Um artigo publicado em 2008, no entanto, já registrava que nossos hospitais e demais serviços de saúde vinham enfrentando, "nos últimos anos e com frequência significativa", problemas com o desabastecimento de medicamentos, em decorrência da baixa disponibilidade ou, mesmo, a não oferta nos mercados nacional e internacional, e defendia a necessidade de "uma ampliação das ações da vigilância sanitária no controle do desabastecimento de medicamentos em nosso país". 4 Em seu estudo sobre o desabastecimento por decisão gerencial e o papel da agência reguladora no Brasil, Bieber (2009) concluiu, no entanto, que o Estado brasileiro ainda não estava preparado para adotar medidas regulatórias adequadas a coibir comportamentos empresariais que sobrepõem estratégias comerciais aos interesses e à saúde da população. Para ele, o protagonismo das empresas fabricantes e importadoras de medicamentos no processo de concessão, renovação e alteração dos registros de medicamentos no Brasil produz distorções prejudiciais aos interesses da população e do Estado.…”